O Estado de SP
Forças leais ao ditador sírio, Bashar Assad, cercaram um vilarejo perto da fronteira do país com a Turquia e mataram mais de 100 pessoas, elevando para mais de 250 o número de mortos em apenas dois dias de confrontos. O ataque, considerado um dos mais sangrentos em nove meses de protestos contra Assad, ocorreu na véspera da chegada de uma missão de observadores da Liga Árabe para monitorar a situação no país.
A ofensiva militar teve como alvo o vilarejo de Kfar Owaid, localizado no norte, a cerca de
"Foi um massacre organizado", disse Rami Abdul-Rahman, chefe do Observatório Sírio para Direitos Humanos. "Os militares cercaram as pessoas e depois as mataram."
O governo sírio não respondeu às acusações dos ativistas e é impossível confirmar a veracidade dos relatos, já que a atuação da imprensa internacional é limitada no país, onde, segundo estimativas da ONU, mais de 5 mil pessoas foram mortas desde março, quando tiveram início as manifestações pedindo democracia no país.
Na segunda-feira, Assad concordou em autorizar o envio de uma missão de observadores da Liga Árabe para monitorar a situação no país. Críticos do regime, porém, afirmaram que os ataques dos últimos dias têm como objetivo eliminar dissidentes antes da chegada do grupo da Liga.
O governo Assad rejeitou as acusações e disse que a oposição quer sabotar a missão. "Desde que a Síria assinou o protocolo, ela está empenhada em facilitar a missão da Liga Árabe para venha e veja a realidade da crise", afirmou Jihad Makdissi, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Síria. "Infelizmente, a oposição tenta, sem parar, sabotar o protocolo e procura uma intervenção estrangeira em vez de aceitar o diálogo."
Pedido. O Conselho Nacional Sírio (CNS), que reúne a maioria das correntes de oposição, pediu ontem a realização de reuniões urgentes com o Conselho de Segurança da ONU e com a Liga Árabe por causa das mortes ocorridas no norte do país. "À luz dos terríveis massacres cometidos pelo regime do presidente Bashar Assad contra civis desarmados, o CNS pede uma reunião de emergência com a Liga Árabe e o Conselho de Segurança", informou o grupo
AP, REUTERS e NYT