Empresa registrou crescimento de 5% no faturamento
Gilberto Scofield Jr. – O Globo
SAO PAULO. Com um quarto de seu faturamento vindo dos EUA e outro quarto vindo da Europa, duas regiões que enfrentam dificuldades econômicas monumentais, a Embraer considera um excelente desempenho o crescimento de 5% no faturamento que terá este ano, algo como, US$ 5,7 bilhões, previu ontem seu presidente, Frederico Curado. A Embraer vê com entusiasmo as propostas de compras de países emergentes. Mas Curado sabe que nem todo o crescimento nestes países pode compensar as robustas vendas de mercados como o europeu ou o americano.
E nesse ambiente de indefinições de uma crise européia que devera se arrastar por anos que a Embraer optou em investir pesado e apostar alto num segmento que, este ano, representou US$ 800 milhões em receita, algo como 15% do faturamento (diante de uma fatia tradicional de 10%): a industria de defesa, cujos projetos parecem se multiplicar pelo mundo, sobretudo em países emergentes, a despeito de crises.
Queremos estar no centro das decisões do segmento de defesa e segurança no pais disse Curado. Nova estratégia começou em fins do ano passado A começar pela própria estrutura, que ganhou em dezembro do ano passado a Embraer Defesa e Segurança, braço que aglutina hoje os grandes projetos da companhia no setor.
Em março, esta controlada fechou a compra de 64,7% do capital social da divisão de radares da OrbiSat da Amazônia, um negocio e de R$ 28,5 milhões. A empresa, especializada em sensoriamento remoto e radares de vigilância aérea e terrestre, desenvolve e produz sistemas de monitoramento integrados para o Exercito e negocia produtos semelhantes para a Forca Aérea Brasileira (FAB) e a Marinha.
Em setembro, a Embraer Defesa e Segurança e a AEL Sistemas, subsidiaria da empresa israelense Elbit Systems, fecharam parceria para a criação de uma joint-venture. A nova empresa se chamou Harpia Sistemas e tem como fim a exploração do mercado de veículos aéreos não tripulados, conhecidos como VANT. A Embraer tem 51% do capital social e a AEL 49%. As empresas vão se juntar a OGMA . Indústria Aeronáutica.