FOLHA DE SP
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Autoridades iranianas negaram nesta quarta-feira as informações divulgadas pela imprensa internacional de que Israel estaria por trás de uma explosão ocorrida em uma base militar próxima a Teerã. Ao menos 17 soldados da Guarda Revolucionária morreram no incidente.
"Qualquer coisa que os inimigos digam sobre o incidente na base da Guarda Revolucionária é ficção e, portanto, não é importante", afirmou o porta-voz parlamentar Ali Larijani citado pela agência de notícias local Fars.
A revista "Time" citou um funcionário ocidental de inteligência especulando que Israel seria a responsável por um ataque às bases de Malard e Shahriar, a oeste de Teerã, no sábado.
As notícias ganharam força uma vez que o general Hassan Moqaddam, membro do alto escalão da guarda que estava envolvido no programa nuclear iraniano, morreu no incidente.
Hassan Firouzabadi, chefe das Forças Armadas iranianas, também negou nesta quarta-feira que os israelenses tivessem orquestrado o ataque.
"Esta recente explosão não tem qualquer ligação com Israel ou Estados Unidos, mas o resultado da pesquisa, da qual o incidente ocorreu como consequência, poderia ser um forte tapa em Israel e seu regime de ocupação," afirmou, citado pela agência ISNA.
O ataque à base militar ocorre em um momento de grande tensão entre o Irã, os Estados Unidos e Israel, com algumas ameaças de ataque a instalações nucleares iranianas, por causa da suposta intenção do país de fabricar bombas atômicas.
A tensão aumentou a partir de terça-feira passada, quando a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) divulgou em relatório que o Irã desenvolveu tecnologia necessária para fabricar armas nucleares, embora reconheça que não há provas de que tenham decidido fazer bombas atômicas.
O próprio presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, negou a intenção de fabricar armas atômicas e afirmou que o relatório está baseado em dados falsos dos Estados Unidos, mas admitiu que não retrocederia em seu programa nuclear, que teria fins civis.