Valor
O governo da Alemanha anunciou ontem o fechamento de 31 bases militares como parte de uma reforma estrutural e de cortes no orçamento das Forças Armadas do país. Com a economia alemã desacelerando e países vizinhos mergulhados na crise da dívida soberana, o governo está pressionado para adotar medidas de austeridade.
Outras nações europeias, como o Reino Unido, também estão promovendo cortes nos gastos de suas forças e já foram alertadas pelos Estados Unidos de que a iniciativa pode enfraquecer excessivamente a capacidade militar do continente.
O ministro da Defesa alemão, Thomas de Maiziere, disse ontem que 31 das 328 bases espalhadas pelo país serão totalmente fechadas. Outras 90 sofrerão redução "significativa".
Recentemente, o país decidiu eliminar a obrigatoriedade do serviço militar e também reduzir de 200 mil para 185 mil o número de integrantes das Forças Armadas. No fim da Guerra Fria (início dos anos 90), a Bundeswehr contava com 495 mil soldados - além de 170 mil funcionários civis e 175 mil militares da Alemanha Oriental.
"As reformas são dolorosas, mas inevitáveis", afirmou Maiziere. "A Bundeswehr não existe para ter bases no maior número possível de lugares, mas sim para desempenhar bem sua função e da maneira mais eficiente possível em termos econômicos."
Algumas comunidades cujas atividades econômicas giravam em torno das bases, principalmente no Estado da Saxônia Inferior, serão fortemente afetadas. "Durante décadas essas cidades e vilas foram boas anfitriãs para os militares e agora as autoridades precisam garantir que esses locais não se tornem cidades fantasmas", disse Gerd Landsberg, diretor da associação de municípios alemães.