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08 setembro 2011

Mísseis no mercado

Armamento antiaéreo moderno, comprado da Rússia, sumiu do arsenal da força de elite.
 
Terroristas poderiam arrematar as peças
 

Correio Braziliense

Enquanto a ordem não é restaurada na Líbia, a provável pilhagem de pelo menos 20 mil mísseis terra-ar de depósitos do regime de Muamar Kadafi em todo o país alarmava ontem observadores internacionais. Grande parte desses mísseis pertencia à poderosa Brigada Khamis. A unidade de elite, comandada por um dos filhos do ditador, entrou em evidência também com a revelação de que uma grande empresa de armas ocidental teria fornecido a ela atualização de equipamentos militares, menos de um mês antes do início da revolta no país.
 
A informação sobre o desaparecimento dos mísseis foi dada pela rede norte-americana CNN.

 
Uma equipe de reportagem da emissora e membros da organização humanitária Human Rights Watch afirmaram ter encontrado dezenas de caixas vazias com listas de números de identificação do armamento Grinch SA-24, de fabricação russa, também conhecido como Igla-S. O armamento pode ser transportado e usado por apenas um homem e foi concebido para destruir aeronaves a até 3,3 mil metros de altitude e a cerca de 6 mil metros de distância. Os mísseis são equivalentes aos Stingers, fornecidos pelos EUA, nos anos 1980, aos afegãos que combatiam a ocupação soviética.

 
A Human Rights Watch relatou que testemunhas disseram ter visto rebeldes ligados ao Conselho Nacional de Transição (CNT, coalizão política anti-Kadafi) levarem as armas dos depósitos, alguns deles localizados próximo a uma unidade da Brigada Khamis em Trípoli. O CNT não comentou o caso.

 
Segundo a CNN, também foram encontradas nas instalações abandonadas caixas vazias que possivelmente continham mísseis terra-ar do tipo SA-7. Todos eles, explica a organização, poderiam valer milhões de dólares no mercado paralelo.

 
Em entrevista à TV norte-americana, Peter Bouckaert, diretor de emergência da ONG, disse que os mísseis desapareceram de depósitos de armas espalhados pelo país. “Estamos falando de cerca de 20 mil mísseis terra-ar em toda a Líbia, e vimos carros cheios deles”, declarou. “Eles poderiam tornar todo o Norte da África uma zona de exclusão aérea.”

 
Negócios
 

No mesmo dia, documentos divulgados pela agência de notícias Reuters revelaram que a filial britânica da General Dynamics, empresa sediada nos Estados Unidos, estava atualizando equipamento militar para a Brigada Khamis, comandada por um filho de Kadafi e batizada com seu nome. Segundo esses papéis, menos de um mês antes do início da revolta, a empresa se preparava para melhorar os sistemas de comunicação de tanques, artilharia e blindados para a brigada. A General Dynamics disse que a atualização jamais foi concluída.
 
A força de elite sob o comando de Khamis Kadafi desempenhou papel central na reação ao levante rebelde. Era a brigada mais bem equipada e esteve diretamente envolvida na repressão aos protestos em cidades como Misrata e Trípoli. Segundo Bouckaert, as unidades lideradas por Khamis e seu irmão Mutassim tornaram-se tão poderosas graças, em parte, à aquisição de material bélico ocidental.

 
Caçada
 

Enquanto isso, o paradeiro de Kadafi continuava sendo um mistério, apesar de a tevê árabe Arrai garantir que ele e o filho Saif al-Islam permanecem no país, contrariando as suspeitas de que eles tivessem fugido para o Níger. O governo nigerino voltou a negar que o ex-homem forte líbio estivesse em seu território. Mesmo assim, representantes do novo governo que se instala em Trípoli viajaram ao país vizinho, com a missão de reiterar o pedido para que não seja dado abrigo a Kadafi ou a seus aliados.
 
A decisão de enviar a delegação ao Níger foi tomada por Mahmud Jibril, número dois do CNT, que ontem à tarde chegou a Trípoli pela primeira vez desde a derrubada do regime. O governo provisório continua sediado na cidade de Benghazi, considerada capital da revolta.

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