Em visita ao Ministério da Defesa brasileiro, Mykhailo Bronislavovych Yezhel propõe ampliação da cooperação tecnológico-militar
Assessoria de Comunicação Social
Ministério da Defesa
Brasília,
26/09/2011 – Em visita ao Ministério da Defesa brasileiro, o ministro
da Defesa da Ucrânia, Mykhailo Bronislavovych Yezhel, disse hoje que a
Ucrânia integralizará sua parte da sociedade na Alcântara Cyclone Space
(ACS), empresa binacional criada para comercializar serviços comerciais
de foguetes e satélite a partir do Maranhão. “Já temos os recursos, da
ordem de US$ 250 milhões, que serão investidos a partir de outubro
próximo. Também estamos abertos a transferir tecnologia para um novo
lançador de satélites, o Cyclone 5, que será produzido em conjunto com o
Brasil”, garantiu.
O
ministro da Defesa brasileiro, Celso Amorim, afirmou que a ACS é um
projeto estratégico para o Brasil. “A maior parte do programa está sob
controle da Agência Espacial Brasileira, o Ministério da Defesa tem
apenas uma pequena participação, mas o aporte prometido é uma excelente
notícia, que abre boas perspectivas de cooperação tecnológica entre os
dois países”, comemorou.
Mykhailo
Bronislavovych Yezhel chegou ao prédio do Ministério da Defesa
brasileiro às 11h30. O ministro Celso Amorim recebeu-o na entrada. Em
seguida, no Salão Nobre, apresentou-o ao chefe do Estado-Maior Conjunto
das Forças Armadas, general-de-exército José Carlos De Nardi, e aos
comandantes da Marinha, almirante-de-esquadra Júlio Soares de Moura
Neto, e do Exército, general-de-exército Enzo Martins Peri.
A
comitiva ucraniana incluiu representantes das maiores empresas de
defesa do país, como a Antonov, fabricante de aviões de carga, e da
Agência Ucraniana de Estaleiros, holding que controla a indústria naval,
responsável pela construção de todos os porta-aviões e metade da
esquadra de superfície da ex-União Soviética.
Durante
a reunião bilateral, o ministro ucraniano propôs a fabricação de
navios-patrulha de 500 toneladas e destacou o interesse de seu país em
participar da concorrência para a construção, no Brasil, de cinco navios
escolta de 6.200 toneladas e de cinco navios-patrulha de 1.800
toneladas. Também levantou possibilidades de cooperação no
desenvolvimento de mísseis terra-terra de 300 quilômetros de alcance e
de mísseis antiaéreos.
Yezhel
fez amplo relato das potencialidades da indústria militar ucraniana na
área de blindados e no campo aeronáutico. Ressaltou as qualidades do
cargueiro Antonov An-70, capaz de carregar 38 toneladas e pousar em
pistas não-preparadas e curtas, e do avião de patrulha Antonov An-168,
com autonomia de 12 horas.
Depois
de elogiar as oportunidades oferecidas pelo Cyclone 5, o ministro
Amorim lembrou que o Brasil já investe em um avião cargueiro de projeto
nacional, o KC-390, da Embraer; na produção de blindados sobre rodas, o
Guarani, e de um navio-patrulha de 500 toneladas. Ao mesmo tempo,
mostrou interesse no avião-patrulha e na possibilidade de cooperação com
a Ucrânia para desenvolver um projeto de navio-aeródromo.
“Nosso
maior interesse é obter tecnologia para desenvolver a indústria
nacional e já desenvolvemos inúmeros projetos”, disse o ministro
brasileiro. “Podemos verificar, com o Estado Maior Conjunto das Forças
Armadas (EMCFA) e os comandos das Forças, onde existe complementaridade
para que possamos desenvolver programas de cooperação.”
Acordos
Brasil
e Ucrânia assinaram dois acordos-quadro, de cooperação
tecnológico-militar e de segurança de informações, em outubro de 2010,
ainda não ratificados pelo Congresso Nacional. Estão previstas várias
áreas de atuação conjunta na área de preparação de pessoal e nos campos
aeronáutico, espacial, de equipamentos terrestres e naval. Segundo
Yezhel, o Ministério da Defesa do seu país já implantou os grupos de
trabalho para estudar possíveis nichos de cooperação.
Celso
Amorim prometeu agilizar a formação dos grupos no Ministério da Defesa
brasileiro, mas disse que há total interesse na área de treinamento e
intercâmbio de pessoal. “Podemos implementá-la antes mesmo da
ratificação dos acordos pelo Congresso”, afirmou.
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