FELIPE BÄCHTOLD
DE PORTO ALEGRE - FOLHA DE SP
Militares do Exército, Marinha e Aeronáutica estão ajudando o governo federal a evitar que gado contaminado com febre aftosa do Paraguai chegue ao Brasil. O reforço foi pedido pelo Ministério da Agricultura depois que um surto da doença foi descoberto no país vizinho nesta semana.
As Forças Armadas haviam começado na semana passada a "Operação Ágata 2", de vigilância das fronteiras dos três Estados do Sul e de Mato Grosso do Sul. Com a emergência no país vizinho, os militares serão aproveitados também para reprimir o contrabando de animais. Cerca de 8.000 homens estão atuando na ofensiva.
"Haverá uma espécie de suboperação, que é a 'Operação Aftosa', para evitar a entrada desse gado no Brasil", disse o presidente em exercício, Michel Temer, nesta quarta-feira, em Porto Alegre.
Ele se reuniu com o comando militar do Sul e com o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, para discutir o assunto.
"No momento em que vem a aftosa, como no Paraguai, o preço do gado se vai. Isso faz com que o gado paraguaio venha a ser atravessado para o Brasil de todas as formas possíveis, de contrabando. Então, precisa ter essa vigilância", falou Mendes.
O ministro afirmou ainda que o efeito nos preços do gado paraguaio é "automático". "A notícia ruim lá na frente se transforma em notícia boa. O mercado que o Paraguai detém, embora seja pequeno, vai ficar prejudicado. Evidentemente, o Brasil passa a concorrer com o seu gado."
A maior preocupação do governo federal são as fronteiras secas de Mato Grosso do Sul. É comum no Estado fazendeiros terem propriedades com gado dos dois lados da fronteira.
No Rio Grande do Sul, o governo do Estado reforçou ações de vigilância na região da fronteira com a Argentina.
Militares ajudam a combater aftosa na fronteira com Paraguai
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