Em sua primeira viagem ao exterior no novo cargo, ministro visita Argentina e Paraguai e diz que América do Sul deve adotar estratégia comum de dissuasão extra-regional
Assessoria de Comunicação Social
Ministério da Defesa
Buenos Aires, Argentina, 06/09/2011 – O ministro da Defesa, Celso Amorim, defendeu a necessidade de ampliação da cooperação entre os países sul-americanos e a consolidação de uma estratégia militar dissuasória comum na região. “Para dentro, cooperação; para fora, dissuasão”, resumiu o ministro, após discursar para civis e militares na sede da Escola de Defesa Nacional argentina, em Buenos Aires.
Amorim retornou hoje de sua primeira viagem ao exterior como ministro da Defesa do governo da presidenta Dilma Rousseff. A viagem oficial incluiu a Argentina e o Paraguai. A escolha dos países vizinhos, segundo o ministro, é uma sinalização clara de que o Brasil pretende priorizar, também no campo da defesa, a cooperação com as nações sul-americanas.
O ministro encontrou-se com os presidentes Cristina Kirchner (Argentina) e Fernando Lugo (Paraguai), com quem conversou, entre outros assuntos, sobre ações bilaterais na área militar. Também participou de reuniões com os ministros da defesa dos dois países, Arturo Puricelli (Argentina) e Catalino Roy Ortiz.
No encontro com o ministro argentino, foi discutido o aprofundamento da agenda de cooperação bilateral em matéria de defesa e do diálogo político-estratégico entre os dois países. Os ministros e suas equipes técnicas definiram ações de interesse mútuo que deverão ser realizadas de agora em diante no âmbito da aliança estratégica existente entre as duas nações.
No campo político, os ministros de Brasil e Argentina concordaram com a necessidade de permanecer com a visão comum de manutenção do Atlântico Sul como uma zona de paz e cooperação livre de armas nucleares. Na reunião, eles também trataram da possibilidade da retomada da realização de exercícios militares conjuntos entre as forças armadas de ambos os países.
Puricelli e Amorim discutiram a participação de Brasil e Argentina na missão de paz das Nações Unidas no Haiti. Eles acertaram que aprofundarão o diálogo sobre o assunto para coordenar posições a respeito da participação na missão, que hoje conta com contingentes militares das duas nações.
O ministro argentino manifestou o interesse de seu país de participar com o Brasil do desenvolvimento e, eventualmente, da produção de equipamentos de defesa, como os blindados Gaúcho (veículo leve de transporte) e Guarani (veículo de combate desenvolvido pelo Exército brasileiro).
No encontro, foi tratada a possibilidade de Brasil e Argentina darem início a uma cooperação em matéria de indústria naval por meio do desenvolvimento e construção de embarçações fluviais. Também houve discussões sobre a ampliação da cooperação aeroespacial e em tecnologia da informação, especialmente em projetos de guerra cibernética.
Plano de ação e formação militar
Amorim propôs o aprofundamento do intercâmbio entre as escolas de formação militar, especialmente as de formação técnica, como as de engenharia. Na avaliação do ministro brasileiro, a ampliação do intercâmbio binacional por meio de organizações como os institutos Tecnológicos de Aeronáutica (ITA) e Militar de Engenharia (IME) seria de grande valia para o desenvolvimento de projetos comuns de defesa.
O resultado da reunião ministerial foi expresso em uma declaração conjunta assinada pelos dois ministros e veiculada publicamente ao término do encontro. Os representantes dos governos acordaram a realização de uma nova reunião em Buenos Aires, em novembro deste ano, para aprovar um plano de ação para dar sequência aos projetos acertados.
Após deixar Buenos Aires, o ministro da Defesa do Brasil seguiu para a capital paraguaia. Em Assunção, Amorim teve encontro com o presidente e com o ministro da Defesa do país. Com ambos, voltou a defender a importância da construção de uma estratégia comum de dissuasão sul-americana.
O representante brasileiro também discutiu com as autoridades paraguaias projetos comuns de defesa e, como fizera na Argentina, antecipou a eles que a área de fronteira da região sul do Brasil foi a escolhida para a realização da segunda parte da Ágata, operação deflagrada em agosto último pelas Forças Armadas do Brasil, com apoio das forças de segurança pública, com o objetivo de combater crimes transfronteiriços.
Celso Amorim defende ampliação da cooperação entre países sul-americanos na área de defesa
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