Desde sábado, um avião Hércules C-130 tem despejado água sobre os locais mais críticos. Operação não tem data para acabar
Assessoria de Comunicação Social
Ministério da Defesa
Brasília, 12/09/2011 – A baixa umidade do ar, decorrente da seca que assola várias partes do País, contribuiu para aumentar os focos de incêndio florestais nessas regiões. Uma das unidades que mais tem sofrido nos últimos dias é o Distrito Federal. Desde o início do ano, mais de 10 mil hectares do DF já queimaram.
Para ajudar a remediar a situação, um avião Hércules C-130 da Força Aérea Brasileira (FAB) iniciou, no último sábado (10), uma série de missões de combate aos incêndios que atingem a capital. O objetivo é evitar que as labaredas se alastrem, causando ainda mais estragos à vegetação.
O trabalho inicial concentrou-se nos arredores do aeroporto de Brasília, onde a fumaça dos focos de incêndio pode atrapalhar o tráfego aéreo – e estendeu-se em áreas críticas indicadas pelos bombeiros, como o Jardim Botânico e a Floresta Nacional, localizada próxima à cidade-satélite de Brazlândia.
Segundo o Corpo de Bombeiros do DF, pelo menos 50 focos de incêndio foram identificados nos últimos dias e alguns deles atingiram grandes proporções. Na manhã de sexta-feira, o aeroporto teve de atuar por instrumentos por causa da baixa visibilidade provocada pela fumaça do incêndio.
"O trabalho do avião não só combate as chamas, como também resfria a temperatura do incêndio e permite o avanço da equipe de solo. São ações que se complementam", revela o major Helon Florindo, do Corpo de Bombeiros.
A aeronave da FAB é equipada com um sistema aéreo de combate ao fogo capaz de lançar 12 mil litros de água, por meio de pressão, a cada decolagem. Para realizar corretamente a missão, o avião tem que sobrevoar a área do incêndio numa altitude de 50 metros e acionar o equipamento.
Segundo a Força Aérea, o lançamento dura poucos segundos e a própria inércia se encarrega de espalhar a água sobre o fogo. Geralmente, os 12 mil litros são despejados ao longo de duas ou três passagens, mas em casos extremos podem ser despejados de uma única vez.
Tão logo faz o lançamento, a aeronave volta para a Base Aérea, onde recebe um novo carregamento de água. Ao todo, o processo de recarga dura doze minutos, demorando um pouco mais caso seja preciso reabastecer o combustível.
De origem norte-americana, o C-130 Hércules pertence ao Primeiro Grupo de Transporte de Tropa (1º GTT), sediado na Base Aérea dos Afonsos (RJ). O avião chegou a Brasília na noite da última sexta-feira e começou a fazer os voos de combate aos incêndios logo ao nascer do sol de sábado.
A operação de combate ao fogo no Distrito Federal não tem data para acabar. De acordo com a FAB, as condições meteorológicas ainda contribuem para a incidência e proliferação dos incêndios, uma vez que as previsões não indicam possibilidade de chuva antes do dia 20 de setembro. A estiagem no DF já dura mais de três meses.
Esta é a terceira missão de contra-incêndio da Força Aérea Brasileira. A primeira foi realizada em janeiro de 2008, na estação ecológica do Taim, no Rio Grande do Sul. Em novembro do mesmo ano, a aeronave Hércules foi utilizada na localidade de Lençóis, no Parque Nacional da Chapada Diamantina, na Bahia.