Maiores apreensões de drogas e produtos contrabandeados ocorreram na região de Foz do Iguaçu
Assessoria de Comunicação Social
Ministério da Defesa
Brasília, 23/09/11 — Em visita aos estados do Paraná e do Mato Grosso do Sul, o ministro da Defesa, Celso Amorim, comemorou o baixo índice de criminalidade nas áreas sob controle da Operação Ágata 2. A iniciativa integra o Plano Estratégico de Fronteiras (PEF), ação do Governo Federal coordenada pelo Ministério da Defesa, por intermédio do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA).
“Os crimes transnacionais em Mato Grosso do Sul caíram a quase zero durante a operação e isso prova a efetividade das medidas tomadas”, afirmou Celso Amorim em Dourados (MS), no quartel-general da 4ª Brigada de Cavalaria Mecanizada, ao lado do governador de Mato Grosso do Sul, André Pucinelli.
Antes, o ministro da Defesa esteve em Foz do Iguaçu (PR), onde se verificaram, até o momento, as maiores apreensões realizadas durante a Operação Ágata 2. Ao lado do governador do Paraná, Beto Richa, Amorim ouviu uma explanação do comandante da 5ª Divisão de Exército, general-de-divisão Williams José Soares. Em seguida, realizou uma inspeção aérea sobre a região a bordo de um helicóptero.
Operação interagências
As forças em operação, inclusive do Comando Militar do Oeste, estão sob as ordens do general-de-exército Carlos Bolivar Goellner, comandante militar do Sul. A área de atuação inclui 3.500 quilômetros de fronteira. O aparato militar emprega 8 mil militares (7 mil do Exército). O dispositivo aéreo inclui cerca de 40 aviões e helicópteros (de caça, transporte, radar e reconhecimento) das três Forças e uma aeronave remotamente pilotada (mais conhecida como Vant) da Força Aérea.
Para defender o espaço aéreo contra voos ilícitos, a FAB mantém aviões de caça F-5EM e A-29 Super Tucano nas cidades de Dourados (MS) e Maringá (PR) — próximas à fronteira com o Paraguai —, além das Bases Aéreas de Canoas (RS) e Campo Grande (MS). Nessa missão também é empregada a rede de radares do 2º Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta 2), de Curitiba (PR).
A Ágata 2 caracteriza-se por ser uma operação interagências e conta com o apoio de 2 mil agentes policiais e da Força Nacional de Segurança. Homens e mulheres da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), da Receita Federal e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) integram o dispositivo da União. As polícias militares e civis dos estados do Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina também participam do esforço.
Paraná
Na região de Foz do Iguaçu (PR), as forças em campo realizaram mais de 5,3 mil inspeções, vistorias e revistas no período de 12 a 20 de setembro. Apreenderam 650 quilos de explosivos; duas toneladas de maconha; oito armas de fogo; 510 quilos de agrotóxicos proibidos pela Anvisa e 2,4 mil sacolas de produtos eletrônicos. Na Ponte da Amizade, capturaram seis pessoas que tentavam entrar no Paraguai com alto volume de dinheiro. Um deles carregava US$ 250 mil. Com os outros cinco, estavam R$ 260 mil.
Foram interceptadas 29 aeronaves, encontrando-se 25 em situação regular. Paralelamente, foram prestados 1672 atendimentos/procedimentos médicos à população de comunidades carentes durante as Ações Cívico-Sociais realizadas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica.
“Comparado ao mês anterior, houve uma enorme redução nas apreensões”, afirmou o general-de-divisão Williams José Soares, comandante da 5ª Divisão do Exército, responsável pelas ações no Paraná e em Santa Catarina. “Os chefes do crime organizado não querem correr riscos. Esperam nossa saída, mas, aí, para minimizar perdas econômicas, tentam enviar maior quantidade de mercadoria por vez e terminam caindo nas mãos da Polícia Federal, que coordena a Operação Sentinela”, ressaltou.
Mato Grosso do Sul
Em Mato Grosso do Sul, foram vistoriados mais de 6.600 veículos. Houve 36 apreensões por descaminho de produtos (como roupas, bebidas e eletroeletrônicos e duas por contrabando). Os militares localizaram uma serraria clandestina. Os agentes do Ibama recolheram 213 metros cúbicos de madeira e aplicaram multas superiores a R$ 500 mil a contraventores. Além disso, as Forças Armadas capturaram pequena quantidade de maconha e cocaína e realizaram a prisão de dois foragidos da Justiça.
Segundo o comandante militar do Oeste, general-de-exército João Francisco Ferreira, é natural que haja um refluxo nas atividades do crime organizado quando aumenta a fiscalização. “Nossa experiência em ações similares, como a Cadeado, que executamos em parceria com o Governo do Estado, indicam que as maiores apreensões irão ocorrer depois da nossa operação. A desmobilização não é imediata e as barreiras demoram a ser removidas, o que facilita as prisões.”
Desde segunda-feira (19/09), as forças envolvidas na Operação Ágata realizam uma nova missão: impedir a entrada de rebanhos vindos do Paraguai, país que voltou a ser atingido pela febre aftosa. Em coordenação com a Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal do Mato Grosso do Sul (Iagro) e com organismos do Ministério da Agricultura, os militares também realizarão o trabalho de fumigação dos veículos que vierem do país vizinho.
Plano de fronteiras
Assim como a Ágata 1, ocorrida em agosto na Amazônia, a nova operação faz parte das ações do Plano Estratégico de Fronteira, instituído por decreto presidencial com a previsão de estabelecer uma coordenação conjunta e consensual para atuar nas áreas limítrofes do País.
Cerca de 11 milhões de brasileiros vivem nos 710 municípios da faixa de fronteira. Dos 16 mil quilômetros da linha limítrofe, 9,5 mil são permeados por rios que nascem nos países vizinhos e descem em direção ao território nacional, servindo como rotas de atuação do crime organizado. Para enfrentar o problema, os ministérios da Defesa e da Justiça definiram 34 pontos de vulnerabilidade, que serão cobertos pelas Forças Armadas em sucessivas edições da Operação Ágata.
O Plano Estratégico de Fronteiras também tornou permanente a Operação Sentinela, coordenada pelo Ministério da Justiça desde 2010. Também serão instalados gabinetes de gestão integrada de fronteira (GGIF) nos dez estados brasileiros que fazem divisa com outros países. Corumbá (MS) e Foz do Iguaçu (PR) já possuem essas unidades que integram e articulam o trabalho dos órgãos de segurança pública federais, estaduais e municipais.
Ágata 2 reduz índice de criminalidade na fronteira com o Paraguai
0
Tags: