Gustavo Chacra - O Estado de S.Paulo
A Arábia Saudita, com apoio de aliados no Líbano, está armando opositores sunitas da cidade de Hama, onde foram registrados os mais violentos protestos na Síria, e de outras partes do país árabe.
Esta é a acusação que os defensores do regime sírio começaram a fazer e, com a decisão de Riad de retirar seu embaixador de Damasco, o bode expiatório saudita deve ganhar ainda mais força na retórica da ditadura de Bashar Assad.
Segundo o discurso oficial, sauditas e seus parceiros anti-Síria de Beirute aproveitaram a onda de levantes árabes e usaram Hama, não muito distante da fronteira libanesa e com uma população religiosa sunita, para provocar a instabilidade do regime Assad.
As acusações são rejeitadas por Riad e por sunitas de Beirute. Anthony Shadid, correspondente do New York Times no Líbano, esteve em Hama e disse que os manifestantes estão saindo às ruas totalmente desarmados.
Já em Damasco, nas TVs locais, diferentemente do que ocorre em outras partes do mundo, as imagens são de soldados e policiais mortos. Manifestantes não aparecem, a não ser em atos pró-regime.
Também são exibidas cenas de cristãos e alauitas desmembrados e jogados no Rio Orontes, em Hama, em uma suposta ação de "terroristas armados". O regime sírio diz que o conflito seria entre "seculares", como Assad, e extremistas islâmicos de Hama, que pretendem "transformar a Síria em uma Arábia Saudita".
Isolado, regime sírio usa Arábia Saudita como bode expiatório
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