No Brasil, prioridade da francesa Thales será área de defesa

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Companhia planeja iniciar neste ano fabricação de radar em São Bernardo do Campo (SP)
 

Cibelle Bouças | Valor
De Paris
 
A francesa Thales planeja trazer ao Brasil tecnologias da área de defesa nos próximos 12 meses, antes de anunciar outras inovações nos segmentos de eletroeletrônicos. A área de defesa representa hoje 50% da receita da companhia, que no ano passado foi de € 13,1 bilhões.

 
Entre as tecnologias que devem chegar ao país estão softwares de comunicação por rádio, sistemas de rádios estáticos e a implantação de um projeto piloto de sistema de vigilância de fronteiras que usa comunicação por rádio e por radares, afirma o diretor-geral da Thales Brasil, Laurrent Mourre.

 
A empresa também inicia neste ano, por meio de sua subsidiária Omnisys, a fabricação do radar GM 400, um radar de defesa de terceira geração (3D) de longo alcance. A produção do satélite, que custou € 50 milhões para ser desenvolvido, exigirá investimento no país de € 5 milhões, para a instalação da fábrica, que será sediada em São Bernardo do Campo.

 
Há duas semanas, a companhia apresentou a membros do comando do Exército, em Brasília, seus sistemas de monitoramento de fronteiras e de vigilância, e de simuladores, que permitem o treinamento de tropas para ações em campo, em tanques, submarinos, aviões ou helicópteros. "Existem negociações em curso, baseadas em transferência de tecnologia, que podem ser concluídas no prazo de um ano", afirmou Mourre ao Valor.

 
Esses simuladores integram os softwares de voo de aeronaves à base de dados de satélites que identificam informações como relevo, presença de casas, veículos, pessoas e aeronaves. Os sistemas são acoplados a um equipamento que simula a cabine de uma aeronave. Com as imagens obtidas por satélite, os pilotos podem treinar ações de vigilância. O negócio de simuladores gera para a Thales faturamento anual de aproximadamente €400 milhões.

 
Na área civil, segundo Mourre, ainda não há encomendas. Esses equipamentos que fazem a simulação de voos e são usados para treinamento de pilotos são vendidos a preços em torno de US$ 30 milhões. "Existe necessidade de instalação de centros de simuladores, mas não sei se serão efetivadas vendas no curto prazo", afirmou.

 
A concorrente canadense CAE parece ter sido mais rápida nesse segmento. A empresa anunciou que vai dobrar de oito para 16 o número de centros de simulação de voos no mundo até 2013, sendo que um dos centros será instalado em São Paulo, com inauguração prevista para 2012, afirmou Jeff Roberts, presidente da CAE.

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