Do UOL Notícias*
Em São Paulo
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, autorizou nesta quinta-feira (21) o uso de aviões armados não-tripulados na Líbia. Segundo o secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates, a missão já começou. Os aviões Predator permitem ataques mais precisos contra as forças do ditador Muammar Gaddafi.
A onda de protestos contra o regime de Gaddafi, que no último domingo (17) completou dois meses, já matou cerca de 10 mil pessoas e deixou entre 50 mil e 55 mil feridas, segundo declarou o ministro das Relações Exteriores da Itália, Franco Frattini, nesta terça-feira (19).
Frattini afirmou que os dados foram divulgados pelo presidente do Conselho Nacional de Transição líbio (CNT), Mustafa Abdul Jalil, com quem se reuniu em Roma nesta terça.
No dia 2 de maio, os países que integram o Grupo de Contato sobre a Líbia e a CNT voltarão a se reunir para discutir questões como as ajudas à defesa do povo líbio e à venda do petróleo extraído nas zonas do país sob controle dos rebeldes.
Com relação à defesa da população líbia, Abdul Jalil considerou que os ataques aéreos contra as tropas de Gaddafi feitas pela coalizão aliada "não são suficientes" e "não protegem totalmente" o povo.
Frattini, que voltou a afirmar que a Itália não tem intenção de participar com tropas em terra na ofensiva contra as forças de Gaddafi, mas está disposta a oferecer "meios técnicos" aos rebeldes como equipamentos para as intercepções e radares, além de colaborar na ajuda humanitária.
Além disso, o país apoiará o financiamento de bolsas de estudos a estudantes líbios no estrangeiro e a assistência médica a doentes e feridos da Líbia, com a possibilidade de reforçar a presença das equipes médicas no país norte-africano e de aumentar o número de doentes e feridos transferidos para hospitais italianos.
ONU abre corredor humanitário na Líbia
A ONU confirmou nesta terça-feira que abriu um corredor humanitário na Líbia para levar alimentos ao oeste do país, as áreas mais afetadas pelo conflito armado.
Um comboio composto por oito caminhões cruzou a fronteira entre Líbia e a Tunísia ontem, levando alimentos suficientes para 50 mil pessoas durante um mês, e se dirige agora ao noroeste da Líbia e serão destinados às pessoas mais vulneráveis em Trípoli, Zintan, Yefren, Nalut, Mizda, Al Rheibat e Al Zawiyah.
O trabalho de retirada dos imigrantes e refugiados também continua. Segundo o escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), em média 1 mil cidadãos líbios cruzam diariamente a fronteira com a Tunísia, enquanto de outro lado, estima que há cerca de 100 mil deslocados internos em Benghazi, 35 mil registrados oficialmente.
Até agora, a Acnur já resgatou 2,2 mil imigrantes de Misrata, mas restam 5 mil pessoas esperando. Ontem, quando quase 1 mil imigrantes embarcavam em uma segunda viagem, outros 4 mil estavam à espera, "800 imigrantes" a mais do que o previsto.
A representante da Organização Internacional de Migrações (OIM), Jemini Pandya, advertiu que o financiamento para esta operação "esgotou" e que agora trabalha com "reservas de emergência". No total, 543 mil pessoas fugiram da violência na Líbia, segundo a OIM.
*Com agências internacionais
EUA autorizam uso de aviões armados não-tripulados na Líbia
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