O presidente Barack Obama não tomou decisões sobre o uso da força militar
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O porta-voz da Casa Branca Jay Carney confirmou nesta terça-feira que navios americanos já estão se movimentando em direção à costa da Líbia para ajudar a conter uma crise humanitária. O secretário de Defesa, Robert Gates, também disse que o Pentágono está enviando pelo menos dois navios anfíbios de guerra e centenas de fuzileiros para o Mar Mediterrâneo, onde eles ajudariam na retirada de civis. Os Estados Unidos já haviam anunciado as medidas na segunda-feira. Segundo a Marinha do país, contudo, o objetivo real da ação pode ser uma intervenção militar ou uma simples demonstração de força para pressionar o ditador, Muamar Kadafi, a deixar o cargo.
No litoral da cidade de Al Baida, no nordeste da Líbia, navios americanos já foram avistados. Conforme um coronel líbio informou à rede de televisão Al Jazira, as forças de segurança de Kadafi já não atuam mais na região. Porém, o ministro francês das Relações Exteriores, Alain Juppé, assegurou que “nenhuma intervenção militar seria feita sem um mandato claro do Conselho de Segurança da ONU”.
Controvérsias - Autoridades egípcias afirmaram que os navios enviados pelos EUA seriam o USS Kearsarge e o USS Ponce. Dois funcionários do Departamento de Defesa dos EUA teriam dito, porém, sob anonimato, que o Kearsarge deverá atravessar o Canal de Suez acompanhado por dois outros navios militares, vindos do Mar Vermelho. A administração do canal, no Egito, confirmou que as embarcações devem atravessá-lo por volta das 0h30 de quarta-feira.
"Certamente nós estamos movendo nossas reservas para estarmos mais próximos (da Líbia)", disse um dos funcionários. O Kearsarge é um navio com 800 fuzileiros navais, um frota de helicópteros e um hospital, e pode apoiar tanto um ataque militar quanto uma operação humanitária.
Pressão - Analistas políticos dizem que uma demonstração simbólica de força pode aumentar a pressão sobre Kadafi. Segundo militares americanos, o envio de forças aéreas e navais para mais perto da Líbia, de fato, "não é um gesto vazio".
Um porta-aviões norte-americano, o Enterprise, que possui caças de combate que têm capacidade para criar uma zona de exclusão aérea, também pode ser enviado para lidar com a crise líbia. No momento, entretanto, ele está no norte do Mar Vermelho, de acordo com o site da Marinha dos EUA.
(Com agências Estado e Reuters)