Do UOL Notícias*
Em São Paulo
Os aviões da coalizão internacional bombardearam nesta segunda-feira a cidade de Gharian, a cerca de 100 quilômetros ao sul de Trípoli, e Mizdah, a cerca de 184 quilômetros da capital líbia. As informações são da agência estatal "Jana".
A fonte, que assegurou que os alvos dos bombardeios dos aviões aliados eram civis e militares, não informou se o aeroporto da cidade tinha sido atingido.
Segundo os meios de comunicação da Líbia, os países da coalizão internacional bloquearam os navios líbios em seus portos "em um ato de pirataria", que acelera o problema da falta de combustíveis. A formação de longas filas nos postos de gasolina parece estar na origem destas acusações.
Mas as longas filas também já são vistas diante das padarias, segundo os depoimentos de moradores de Trípoli recolhidos pelos correspondentes internacionais credenciados na capital, que parecem encontrar cada vez menos dificuldades em encontrar pessoas dispostas a fazer críticas ao regime do coronel Muammar Gaddafi, segundo informações da agência "Efe".
Oposição quer julgar Gaddafi após vitória
Mustafá Abdeljalil, líder do Conselho Nacional de Transição (CNT), grupo de oposição ao ditador líbio, afirmou nesta segunda-feira que Gaddafi será julgado na Líbia pelos rebeldes "após a vitória".
Abdeljalil falou sobre o assunto em entrevista ao canal de televisão “France 2”, que o entrevistaram na região de Benghazi, principal reduto dos rebeldes na Líbia.
"Precisamos com urgência de armas leves porque o combate nos impõe", acrescentou o ex-ministro da Justiça, que vive escondido, segundo os intérpretes.
"Tentaremos construir um país livre, democrático, que respeita os direitos de homem e a alternância política", garantiu, considerando que o povo líbio fez "uma escolha difícil, a de enfrentar um tirano".
O CNT, composto de 31 representantes das principais cidades do país, é a voz oficial da oposição líbia, que procura traduzir seu avanço militar no plano político e construir um governo paralelo para preparar o pós-Gaddafi, ao mesmo tempo em que os combates prosseguem com furor no país.
Exército francês destrói posto de comando militar de em Trípoli
O Exército francês destruiu um posto de comando das forças armadas da Líbia, perto de Trípoli, segundo informações do porta-voz das Forças Armadas da França, Thierry Burkhard.
O centro de comando estava situado a dez quilômetros ao sul da capital líbia, e o ataque aconteceu na noite de domingo, e nesta segunda-feira não houve novos ataques por parte dos franceses.
Nesta segunda-feira (28), o presidente francês Nicolas Sarkozy e o primeiro-ministro britânico David Cameron afirmam, em uma declaração conjunta, que o ditador líbio Muamar Gaddafi "deve partir imediatamente" e pedem a seus seguidores que o abandonem antes que seja muito tarde.
"O regime atual perdeu toda legitimidade. Gaddafi deve partir imediatamente", afirmam Sarkozy e Cameron às vésperas da reunião em Londres do grupo de contato sobre a Líbia.
Este grupo de contato tem a missão de decidir o rumo político dos ataques executados por uma coalizão internacional liderada por França, Reino Unido e Estados Unidos. A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) está com o comando das operações militares.
No mesmo comunicado, Sarkozy e Cameron respaldam um "processo de transição ao redor do Conselho Nacional de Transição" (CNT) líbio, ao qual reconhecem o "papel pioneiro".
"Estimulamos os participantes na conferência de Londres a expressar o mais firme apoio ao processo de transição", afirma a declaração de França e Grã-Bretanha, principais países a defender a resolução 1973 do Conselho de Segurança da ONU.
A resolução, que permitiu o estabelecimento de uma zona de exclusão aérea e o uso da força para proteger a população civil da ofensiva das tropas de Gaddafi sobre os rebeldes líbios, possibilitou os ataques aéreos da coalizão internacional que começaram em 19 de março.
*Com agência internacionais