Por Mohammed Abbas - Reuters
RAS LANUF, Líbia (Reuters) - As forças do governo que buscam desalojar os rebeldes da costa da Líbia, que tem importância estratégia para o país, atacaram uma cidade petrolífera na segunda-feira, enquanto aumentam os esforços para evitar mais sofrimento humanitário e o êxodo em massa de refugiados.
A Organização das Nações Unidas (ONU) informou que mais de um milhão de pessoas em fuga e dentro do país precisam de assistência humanitária. As condições na cidade de Misrata, controlada pelos rebeldes, são especialmente preocupantes depois dos ataques das forças leais a Muammar Gaddafi.
Oferecendo um possível ramo de oliveira aos rebeldes que tentam pôr fim ao longo governo de Gaddafi, um de seus associados fez um apelo aos chefes da oposição pelo diálogo, num sinal de que o autocrata possa já estar pronto para negociar com a revolta sem precedentes.
A oferta, rapidamente rejeitada pelos rebeldes, coincidiu com o alerta feito por Gaddafi aos países europeus que margeiam o Mediterrâneo de que, se ele cair, "terão imigração, milhares de pessoas da Líbia invadirão a Europa".
Um jato desferiu um ataque aéreo nas imediações ao leste da cidade de Ras Lanuf, dominada pelos rebeldes, 600 quilômetros a leste da capital Trípoli na segunda-feira, afirmaram testemunhas.
"Havia uma aeronave, ela disparou dois foguetes, não houve mortes", disse à Reuters Mokhtar Dobrug, combatente rebelde que testemunhou o ataque. O ataque ocorreu em um dos dois postos de fiscalização da cidade.
O ataque seguiu o padrão de boa parte dos confrontos recentes, que têm sido erráticos e inconstantes, com pequenos grupos se enfrentando, no estilo de guerrilhas. Os ataques aéreos têm sido vacilantes e os bombardeios, em geral, imprecisos.
Em algumas áreas, o domínio em terra vai e vem sem um resultado conclusivo.
Mas a resiliência das tropas de Gaddafi diante dos protestos iniciados em meados de fevereiro e a capacidade de lançar contra-ataques aumentaram a perspectiva de que o país se dirige a um confronto prolongado.
"Está claro que o governo tem a percepção de que a vantagem do momento está ao seu lado", disse o analista militar Shashank Joshi, pesquisador associado do Royal United Services Institute, da Grã-Bretanha.
"As forças do governo têm uma mobilidade maior do que os rebeldes graças ao transporte aéreo e uma quantidade considerável de transporte rodoviário."
"Isso é ofuscado pelo fato de que observamos uma capacidade de luta extremamente precária das forças de governo, e o combate razoavelmente competente dos rebeldes."