Assistência militar a oposicionistas 'está sobre a mesa', diz porta-voz.
Obama afirmou que a Otan avalia 'opções militares' contra o regime.
Armar rebeldes que lutar contra o governo do ditador Muammar Kadhafi é uma das muitas opções que os Estados Unidos estão considerando para a Líbia, disse a Casa Branca nesta segunda-feira (7).
O porta-voz da Casa Branca Jay Carney enfatizou que a Casa Branca estava se movimentando rapidamente para "avaliar as opções para lidar com a crise política no país do norte da África, mas que os Estados Unidos não querem se colocar à frente dos eventos.
Também nesta segunda, o presidente dos EUA, Barack Obama, afirmou que a Otan avalia "opções militares" para lidar com a crise líbia, onde a reação das forças do governo a rebeldes oposicionistas já matou milhares de pessoas.
Forças leais ao coronel Kadhafi continuavam enfrentando os rebeldes em várias frentes neste domingo.
Mais cedo, o secretário-geral da Aliança Atlântica, Anders Fogh Rasmussen, advertiu ao governo líbio que os ataques poderiam constituir crimes como a humanidade e, caso eles continuem, a comunidade internacional não poderá continuar "passiva".
Uma fonte diplomática na ONU revelou que França e Reino Unido estão elaborando um projeto de resolução do Conselho de Segurança para impor uma zona de exclusão aérea na Líbia.
A chancelaria francesa informou que a Liga Árabe respaldaria uma medida deste tipo.
Os países do Golfo Pérsico afirmaram nesta segunda que são favoráveis que a ONU crie uma zona de exclusão aérea na Líbia.
O ministro britânico das Relações Exteriores, William Hague, confirmou que o Reino Unido prepara um projeto de resolução da ONU sobre uma zona de exclusão aérea na Líbia, mas disse que ela deverá ter o apoio local e regional, assim como uma base legal clara.
Já a Rússia é contra qualquer tipo de intervenção militar na Líbia, disse a agência estatal RIA Novosti, citando o ministro de Relações Exteriores, Sergei Lavrov.
A União Europeia (UE) também prepara novas sanções financeiras, especialmente contra a Autoridade Líbia de Investimentos (LIA), um fundo soberano que administra os recursos petroleiros e possui participações em várias empresas européias.
Kadhafi, de 68 anos, no poder desde 1969, acusou a França de "interferência" por ter apoiado o Conselho Nacional instalado pela oposição em Benghazi (a segunda cidade do país, 1.000 km ao leste de Trípoli) para governar as "zonas liberadas", em entrevista ao canal France 24.
A aviação de Kadhafi fez várias incursões no porto petroleiro de Ras Lanuf, o que provocou a resposta de baterias antiaéreas. Um veículo civil foi atingido e uma pessoa morreu e várias pessoas ficaram feridas, segundo testemunhas. Também houve ataques à cidade portuária de Brega, em mão de rebeldes.
Os rebeldes ocuparam no sábado Bin Jawad, que fica no caminho de Sirte, a cidade natal de Kadhafi, mas as tropas do líder líbio recuperaram no domingo a localidade e forçara o recuo dos opositores após combates que deixaram pelo menos 12 mortos e 50 feridos, segundo fontes médicas.
Em Misrata (terceira maior cidade do país, entre Trípoli e Sirte), os tanques de Kadhafi bombardearam a cidade, informaram moradores no domingo. Alguns chegaram a alertar para o risco de "carnificina" sem uma intervenção da comunidade internacional.
A repressão em Misrata deixou pelo menos 21 mortos, "em sua imensa maioria civis", e 91 feridos, nove deles em estado grave.
A ONU solicitou acesso urgente a Misrata para atender as vítimas.
A Itália afirmou que estabeleceu "contatos discretos" com o Conselho Nacional, para buscar uma solução à crise.
Outras iniciativas tiveram menos sucesso.
Uma pequena equipe diplomática britânica que viajou a Benghazi para iniciar contatos com a oposição deixou o país depois de ter passado por "dificuldade", informou o Foreign Office.
A oposição anunciou que se recusou a conversar com os enviados de Londres, que chegaram a ser detidos, porque eles entraram ilegalmente na Líbia.