Empresa diz que produção de jato terá participação brasileira
Fernanda Godoy* e Tatiana Farah - O Globo
NOVA YORK e SÃO PAULO. A Boeing, concorrente americana na licitação do governo brasileiro para compra de caças, divulgou nota ontem afirmando que está disposta a trabalhar com o novo governo para "entender suas prioridades e o que se quer alcançar com o programa". "Dado que esses aviões terão um papel vital na defesa da soberania e dos interesses de segurança nacional nos próximos 30 anos ou mais, entendemos a importância da análise cuidadosa, não apenas da capacidade do equipamento, mas dos benefícios econômicos de longo prazo que cada competidor pode oferecer", afirma a nota da Boeing, maior empresa de aviação do mundo.
A companhia americana destaca seu histórico para afirmar que "tem a capacidade e os recursos para cumprir suas promessas de transferência de tecnologia e os registros que provam isso". Para sinalizar seu comprometimento com a transferência de tecnologia, ponto considerado crucial pelo governo brasileiro, a Boeing informa que aceita o envolvimento da indústria brasileira não apenas na produção do Super Hornet, mas também na "colaboração para as futuras variantes desta plataforma".
A empresa americana afirma ter completado negócios com 40 países nas últimas três décadas, com 100% de sucesso no cumprimento de prazos.
Fabricante dos jatos Gripen NG, a empresa sueca Saab informou que não deverá modificar sua proposta de venda ao Brasil, apesar de a presidente Dilma Rousseff anunciar que reverá a licitação para a compra de 36 caças. A porta-voz da companhia, Anne Lewis-Olson, disse que a revisão do processo não preocupa a Saab.
Custos menores para a compra e manutenção do avião sueco convenceram os técnicos da FAB, segundo o relatório da Comissão Coordenadora do Programa de Aeronaves de Combate, da FAB, que colocou o Gripen em primeiro lugar, seguido pelo F/A-18 e Rafale.
* Correspondente