Poder Aéreo
Paris usou o clima político positivo para tentar colocar o Rafale como vencedor da concorrência, para equipar a Força Aérea Brasileira, com a nova aeronave francesa de caça, na esperança de desbancar o caça americano F/A-18 Super Hornet e o caça sueco Grippen.
Politicamente motivado, o Ministério das Relações Exteriores decidiu anunciar publicamente a intenção de fechar negócio com a Dassault, fabricante do Rafale, devido ao resultado da estreita relação de Lula com Sarkozy, sobrepujando o Super Hornet, que é escolha preferida da Força Aérea Brasileira.
Apesar de o negócio, conhecido como “FX-2”, ainda ser incerto, o Presidente francês, em sua viajem de dois dias a Brasília, onde jantou com Lula, fez de tudo para persuadir o Presidente brasileiro a preferir os jatos de fabricação francesa. Sarkozy foi convidado especial na celebração de 7 de setembro, Dia da Independência, que contou com tropas da Legião Estrangeira e sobrevoo de aviões franceses.
No seu afã, Sarkozy tentou demonstrar que seus laços políticos com Lula, eram, sobremaneira, reforçados pelos acordos industriais.
Sarkozy alardeou o “mito” de que a França é o parceiro perfeito para países que não querem depender de tecnologia americana, desconsiderando o fato de que, se o Brasil comprar o F-18, os EUA concordarão com o princípio da transferência de tecnologia relevante.
Entretanto, se prosseguir a venda do avião francês, a Dassault terá de requerer a “licença de controle de exportação” dos Estados Unidos, para os componentes do Rafale, que são construídos com tecnologia americana.
Apesar de a decisão sobre o FX-2 ainda ter de ser ratificada pelo Brasil, “o grupo de amigos” parece confiante de ter suplantado a concorrência americana e sueca, graças aos esforços diplomáticos de Sarkozy.
Além disso, o diplomata brasileiro Bruno de Lacerda Carrilho, revelou em Paris, em 08 de outubro, que Brasília está, particularmente, receptiva ao engajamento pessoal, a nível presidencial da França, colocando em questão se Obama, também, vai se envolver pessoalmente.