O Globo
Agências Internacionais
LONDRES e WASHINGTON - O primeiro-ministro britânico, David Cameron, disse nesta quinta-feira que as tropas de combate do Reino Unido estarão fora do Afeganistão até 2015, independentemente da capacidade das forças locais de assumirem a segurança, o que vai de encontro ao tornado público pelos Estados Unidos quase ao mesmo tempo.
- Até 2015 nós teremos desempenhado um importante papel no Afeganistão (....) e acho que o povo britânico merece saber que existe um ponto final para isso - afirmou Cameron no Parlamento.
Também nesta quinta, um porta-voz do Pentágono foi a público em Washington para dizer que o objetivo do presidente afegão, Hamid Karzai, de assumir o controle total da segurança até 2014 não passa de uma aspiração e pode não ser possível de ser alcançado em todo o país.
- Eu gostaria de enfatizar duas coisas aqui: número um, (a meta) é final de 2014, então efetivamente é 2015. E apesar de a expectativa ser de que as forças afegãs assumam a liderança, (...) isso não necessariamente significa que eles estarão na liderança em todas as partes do país - disse Geoff Morrell, porta-voz do Pentágono.
A saída das tropas estrangeiras do Afeganistão será um dos principais pontos em debate na reunião da Otan em Lisboa, que começa nesta sexta-feira. O encontro terá a presença dos principais líderes mundiais, inclusive do presidente Barack Obama.
Os olhos da conferência devem estar voltados para outras duas figuras-chave para a questão além de Obama: os presidentes russo, Dmitri Medvedev, e afegão, Hamid Karzai.
Analistas acreditam que Obama, que aumentou o número de tropas americanas no Afeganistão para 100 mil, deve pedir ajuda dos países-membros para levar adiante seu projeto de começar a transferir a responsabilidade pela segurança do país às tropas afegãs em julho de 2011, um processo que se estenderia por três anos.