Por Filipe Tavares Serrano
O Estado de SP
A recente disputa de território entre a Nicarágua e a Costa Rica sobrou para o Google. Um suposto erro no Google Maps, que indica que parte do território da Costa Rica pertenceria à Nicarágua, foi usado como desculpa por um oficial nicaraguense em entrevista ao jornal La Nacion, da Costa Rica, para justificar o avanço do exército nicaraguense sobre o território do vizinho.
Ambos países disputam a Ilha Calero, um território da Costa Rica, que fica na foz do rio San Juan que forma a fronteira com a Nicarágua. Recentemente os trabalhos de dragagem do rio, comandados pelo oficial Edén Pastora Gómez, “invadiram”o território da Costa Rica, o que gerou atrito entre os dois países.
Na entrevista ao jornal, ele usou o erro de mapeamento do Google para justificar a incursão. “Veja a foto de satélite do Google e ali se vê a fronteira”, disse.
Nesta sexta, 5, o Google reconheceu o erro em um post no blog oficial da empresa para a América Latina. O porta-voz do Google disse que a empresa está trabalhando para corrigí-lo. Até o momento da publicação deste post, a fronteira ainda estava incorreta.
Em carta à empresa, o chanceler da Nicarágua pediu ao Google para não alterar o traçado da fronteira, baseado na cartografia oficial do país feita pelo Instituto Nicaraguense de Estudos Territoriais.
O diplomata reiterou que, para a Nicarágua, “o traçado da fronteira indicado nos mapas do Google é absolutamente correto”, e portanto, solicitou à empresa que ele “não seja modificado de nenhuma maneira”.
O secretário geral da Organização de Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, chega nesta sexta à Costa Rica e no sábado deve ir para a Nicarágua para se informar sobre o conflito, e está previsto que durante o fim de semana ele se reúna com os presidentes de ambos os países.
Os dois países decidiram na quinta, 4, convidar secretário geral para mediar um diálogo do conflito, depois de não conseguirem chegar a uma solução em uma sessão extraordinária do Conselho permanente da OEA, para o acordo de San José.
COM INFORMAÇÕES DA EFE