Até os dentes. Negócio é considerado um dos maiores da indústria bélica americana, mas tem sido visto com desconfiança por Israel; Washington assegura que venda fortalecerá a segurança e a estabilidade na região e ajudará a neutralizar a ameaça iraniana
Gustavo Chacra - O Estado de SP
NOVA YORK - Depois de consultar Israel, o governo americano notificou ontem ao Congresso que pretende vender US$ 60 bilhões em armamentos para a Arábia Saudita – num dos maiores negócios da história da indústria bélica americana. A ação tem oobjetivo de aumentar o equilíbrio na região, onde cresce a ameaça de umIrã nuclear.
Segundo o anúncio conjunto do Pentágono e do Departamento de Estado, os sauditas comprarão 84 novos F-15 da Boeing, 70 helicópteros Apache, 36 aparelhos menores denominados AH-6M Little Bir de 72 helicópteros Black Hawk, entre outros armamentos, além da atualização tecnológica de 70 caças F-15 que Riad já possui .
“Achamos que a venda fortalecerá a segurança e a estabilidade regional, em vez de diminuí-la”, afirmou Andrew Shapiro, secretário-assistente de Estado para assuntos políticos e militares . A notícia sobre a venda já havia sido divulgada, mas enfrentou inicialmente relutância de Israel e de alguns setores do Congresso que desconfiam do regime saudita por desrespeitar os direitos humanos, controlar o mercado de petróleo e supostamente ter membros que apoiam grupos extremistas
hostis aos EUA.
De acordo com Alexander Vershbow, secretário-assistente da Defesa para ssuntos de segurança internacional, os EUA deram garantias aos israelenses de que eles não serão ameaçados pela venda aos sauditas.
Historicamente, Israel sempre viu o mundo árabe como principal inimigo. Nos últimos anos,com a radicalização do discurso contra os israelenses entre membros do regime de Teerã, especialmente depois de Mahmoud Ahmadinejad assumir o poder, em 2005, Israel passou a ver o Irã como o adversário mais perigoso na região .
Ao mesmo tempo, a Arábia Saudita, tradicional aliada americana, passou a enxergar o Irã como um rival no mundo islâmico. O regime de Teerã segue a vertente xiita do islamismo, enquanto amaioria saudita é sunita.
Os dois países estão em campos opostos no Iraque e no Líbano, onde Riad é mais próximo de facções sunitas, enquanto o Irã apoia grupos xiitas . Analistas costumam afirmar que uma arma nuclear de Teerã seria uma ameaça muito maior para países árabes como a Arábia Saudita do que para Israel, que possui bombas atômicas para dissuadir os iranianos – oficialmente, os israelenses não admitem nem negam a existência de seu arsenal nuclear.
Segundo Shapiro, o acordo não é “apenas sobre o Irã”. “É também para ajudar os sauditas em suas necessidades legítimas de segurança”, afirmou.
Aprovação
Segundo o anúncio conjunto do Pentágono e do Departamento de Estado, os sauditas comprarão 84 novos F-15 da Boeing, 70 helicópteros Apache, 36 aparelhos menores denominados AH-6M Little Bir de 72 helicópteros Black Hawk, entre outros armamentos, além da atualização tecnológica de 70 caças F-15 que Riad já possui .
“Achamos que a venda fortalecerá a segurança e a estabilidade regional, em vez de diminuí-la”, afirmou Andrew Shapiro, secretário-assistente de Estado para assuntos políticos e militares . A notícia sobre a venda já havia sido divulgada, mas enfrentou inicialmente relutância de Israel e de alguns setores do Congresso que desconfiam do regime saudita por desrespeitar os direitos humanos, controlar o mercado de petróleo e supostamente ter membros que apoiam grupos extremistas
hostis aos EUA.
De acordo com Alexander Vershbow, secretário-assistente da Defesa para ssuntos de segurança internacional, os EUA deram garantias aos israelenses de que eles não serão ameaçados pela venda aos sauditas.
Historicamente, Israel sempre viu o mundo árabe como principal inimigo. Nos últimos anos,com a radicalização do discurso contra os israelenses entre membros do regime de Teerã, especialmente depois de Mahmoud Ahmadinejad assumir o poder, em 2005, Israel passou a ver o Irã como o adversário mais perigoso na região .
Ao mesmo tempo, a Arábia Saudita, tradicional aliada americana, passou a enxergar o Irã como um rival no mundo islâmico. O regime de Teerã segue a vertente xiita do islamismo, enquanto amaioria saudita é sunita.
Os dois países estão em campos opostos no Iraque e no Líbano, onde Riad é mais próximo de facções sunitas, enquanto o Irã apoia grupos xiitas . Analistas costumam afirmar que uma arma nuclear de Teerã seria uma ameaça muito maior para países árabes como a Arábia Saudita do que para Israel, que possui bombas atômicas para dissuadir os iranianos – oficialmente, os israelenses não admitem nem negam a existência de seu arsenal nuclear.
Segundo Shapiro, o acordo não é “apenas sobre o Irã”. “É também para ajudar os sauditas em suas necessidades legítimas de segurança”, afirmou.
Aprovação
Após o anúncio do acordo, o Congresso dos EUA ainda tem 30 dias para bloquear o pacto. No entanto, o governo diz que não espera grande oposição à transação .