BBC Brasil
Oito supostos membros da rede extremista Al-Qaeda foram mortos num ataque de mísseis em uma área tribal do Paquistão, informaram autoridades locais nesta segunda-feira.
Pelo menos três das vítimas teriam nacionalidade alemã e seriam de origem turca ou árabe.
A ofensiva, que deixou também dezenas de feridos, ocorreu na região do Waziristão do Norte, perto da fronteira com o Afeganistão. Autoridades ouvidas pela BBC atribuíram a ação, que atingiu uma casa, a aeronaves não-tripuladas dos Estados Unidos.
O Exército americano costuma fazer incursões aéreas na região para combater a Al-Qaeda e a milícia Talebã, em ações que por vezes causam atritos com o governo paquistanês e despertam a ira da população local.
Na semana passada, esse cenário foi agravado por acusações de violação de espaço aéreo cometidas por helicópteros da Otan atuando no vizinho Afeganistão.
Como consequência, o governo paquistanês tomou medidas para dificultar o suprimento, via Paquistão, de tropas da Otan baseadas em solo afegão.
Teriam ocorrido ao menos 26 ataques não-tripulados na região no último mês. Neste ano, ofensivas do tipo mataram cerca de 150 pessoas, incluindo civis e supostos militantes radicais – entre eles, um dos líderes de operações locais da Al-Qaeda.
Líder tribal
A casa atingida no último ataque ficava a 3 km da cidade de Mir Ali. Os árabes supostamente mortos pelos mísseis haviam ido ao local visitar o líder tribal Sher Mullah, dizem as autoridades.
Os árabes ainda não foram identificados.
Moradores locais contaram ao repórter da BBC em Karachi, Syed Shoaib Hasan, que Sher Mullah tinha elos com Hafiz Gul Bahadur, líder do Talebã na região.
No último sábado, ofensiva semelhante usando aviões não-tripulados também no Waziristão do Norte matou nove pessoas acusadas de pertencer ao Talebã.
O combate à milícia no lado paquistanês da fronteira é visto pelos Estados Unidos como crucial para o sucesso da guerra no Afeganistão.