Efe
CAIRO- Ao menos 109.000 personas, 63% delas civis, morreram no Iraque desde o início da guerra, em março de 2003, até o fim de 2009, segundo documentos secretos dos Estados Unidos obtidos pelo Wikileaks e revelados nesta sexta-feira, 22, pela TV árabe Al Jazeera.
A rede publicou com antecedência alguns dados sobre os documentos da guerra do Iraque que seriam vazados que mostram a existência de um número maior de vítimas civis do conflito e o encobrimento de torturas.
A informação adiantada pelo canal, divulgada antes da data prevista de amanhã, garante que "o número de mortos civis é muito maior do que o estipulado oficialmente".
Após a guerra, iniciada em março de 2003, ocorreram "numerosos casos de tortura, humilhação e homicídios contra civis por parte das forças iraquianas", afirma a TV, com base nos dados do Wilileaks. A antiga empresa de segurança Blackwater também teria matado mais civis do que o número oficial.
O Exército americano também teria ocultado casos de tortura dentro das prisões iraquianas, e supostamente há relatórios americanos que envolvem o primeiro-ministro iraquiano, Nuri al Maliki, de ordenar a formação de "equipes encarregadas de perpetrar torturas e matanças".
O Pentágono disse hoje que não esperava "grandes surpresas" da grande quantidade de documentos sobre a guerra do Iraque, mas alertou que eles poderiam colocar as tropas americanas ainda no país após o fim da missão de combate em perigo.
O Wikileaks convocou a imprensa para uma coletiva amanhã na Europa, provavelmente Londres, para divulgar os documentos, o que seria o maior vazamento na história dos Estados Unidos.
O Departamento de Defesa acredita que os relatórios a serem divulgados, cerca de 400.000, são informes de campo sobre a guerra conhecidos como "Significant Activities" o SIGACTs, em jargão militar.
Em julho, o site já entrou em conflito com o governo americano ao publicar 92.000 relatórios secretos das Forças Armadas sobre o Afeganistão.