Afonso Costa - Monitor Mercantil
No dia 1º de setembro de 1939, tropas alemães invadiram a Polônia e deram início àquele que foi o maior conflito bélico da história, no qual morreram cerca de 40 milhões de pessoas e do qual participaram aproximadamente 100 milhões de militares, entre todas as nações envolvidas.
A guerra durou seis anos e modificou o cenário geopolítico mundial, mas até hoje é mal compreendida no Ocidente em função da campanha publicitária desencadeada pelos Estados Unidos e seus aliados, que reportam para si feitos cujos verdadeiros heróis são outros.
A ofensiva nazi-fascista ocupou quase toda a Europa, parte da África, da Ásia, inclusive a China, e da Oceania. Apenas o continente americano não foi tomado pelas hordas hitleristas, apesar do bombardeio de Pearl Harbor, em dezembro de 1941.
Antes disso, porém, o principal contingente e a elite do Exército alemão invadiram a União Soviética, em junho de 1941, na tentativa do ditador alemão de conquistar definitivamente a supremacia na Europa.
Além disso, ao "bater o comunismo", Hitler esperava aplacar seus inimigos, especialmente Inglaterra e Estados Unidos, com o objetivo de consolidar as até então conquistas alemães.
Foi em território soviético que se travou a maior batalha da história, a Batalha de Stalingrado, na qual morreram cerca de 2 milhões de pessoas, a maior parte soviéticos. Ressalte-se que na Segunda Guerra morreram cerca de 40 milhões de pessoas, dos quais 20 milhões de soviéticos, 50% dos mortos, dados esses propositalmente omitidos pelo esquema publicitário estadunidense.
Foi a partir da vitória de Stalingrado, em fevereiro de 1943, que o Exército Vermelho marchou para a Alemanha até a conquistar Berlim, em maio de 1945, com a bandeira vermelha - em verdade um pedaço de pano conseguido por um soldado - sendo encravada no teto do Reichstag, o parlamento alemão.
A grande maioria dos historiadores comete o grande erro de afirmar que a Guerra Fria começou apenas após a débâcle nazista. Não é verdade. Começou muito antes, ainda durante a guerra.
Jean Moulin, principal líder da resistência francesa, foi assassinado pelos alemães depois de denunciado por membros das forças aliadas. Era uma forma de diminuir a ascendência dos comunistas na França, já que se antevia a libertação daquele país.
A invasão da Itália pelos exércitos dos Estados Unidos e da Inglaterra segue a mesma linha, pois Mussolini enfrentava sérias resistências até mesmo em seu combalido exército e não desfrutava mais do apoio da população. Tanto isso é verdade que em setembro de 1943 é assinada a rendição daquele país.
O famoso Dia D, em junho de 1944, do qual participaram cerca de 55 mil soldados aliados ocidentais, sem dúvida foi uma operação gigantesca e heróica, mas não teve o papel que se lhe atribui a propaganda rentista. O grosso do Exército alemão encontrava-se na chamada frente oriental, na tentativa de barrar a ofensiva soviética. Tratou-se apenas do cumprimento de um acordo feito entre os líderes inglês, estadunidense e soviético de partilha da Europa, já antevendo a derrota nazista.
Em que pese o repúdio da maior parte da humanidade, os ideais - se é que podemos chamá-los assim - que nortearam o nazismo ainda persistem, se bem que disfarçadamente. Várias autoridades de países influentes da Europa possuem, de uma forma ou de outra, essas influências.
O caso mais citado é do ex-consultor do Bank Austria e atual primeiro-ministro daquele país, Werner Faymann. Nicolas Sarkozy, primeiro-ministro da França, e Silvio Berlusconi, da Itália, têm notórias tendências extremamente conservadoras; além, é claro, de Angela Merkel, da Alemanha, expresidente da União Democrata Cristã e do G-8, cargo até então só exercido por outra mulher, de triste lembrança, Margaret Thatcher.
A propaganda do nazismo é vista em qualquer banca de jornal ou livraria. O "falem mal mas falem de mim" persiste em fotos do ditador assassino Adolf Hitler, em materiais divulgados amplamente sobre a Wehrmacht etc. Há mesmo alguns que negam o holocausto, o bárbaro extermínio de 5 milhões de judeus.
Quando vemos o que acontece na Faixa de Gaza, a preocupação cresce, pois se algumas autoridades israelenses adotam práticas que lembram o nazismo, devemos ficar alertas para que outra barbárie similar à Segunda Guerra não torne a ocorrer, até mesmo porque, com a atual tecnologia, pode ser a última guerra da humanidade.
Eles ainda estão vivos
0