Tony Capaccio, Bloomberg, de Washington - Valor
O novo satélite militar de comunicações da Lockheed Martin levará pelo menos mais quatro meses além do programado para alcançar sua órbita correta, depois que uma turbina que deveria funcionar por cerca de uma hora parou após funcionar por um minuto, segundo informou ontem a Força Aérea dos Estados Unidos.
O primeiro de seis satélites do Programa Avançado de Frequência Extremamente Alta, de US$ 12,4 bilhões, foi planejado para alcançar sua órbita de 35.785 quilômetros em 12 de novembro, cerca de três meses após o lançamento em agosto de um foguete lançador Atlas V, também construído pela Lockheed.
Um funcionário do Centro Espacial e de Sistemas de Mísseis da Força Aérea disse ontem que quatro equipes foram formadas para implantar métodos alternativos que coloquem o satélite na órbita geossincrônica e determinar por que a turbina parou após operar nove segundos. A turbina deveria queimar por 66 minutos, disse por e-mail Bruce Bender, porta-voz do Centro Espacial.
Atingir a órbita correta, mesmo levando mais tempo que o planejado, não deverá exigir o uso de combustível extra a ponto de encurtar o tempo de vida do satélite, de 14 anos, disse Dave Madden, diretor do programa de satélites do Centro Espacial e de Sistemas de Mísseis em Los Angeles. "O problema pode estar no sistema de propulsão, ou pode ser uma falha na turbina", disse Madden. "Pode haver uma válvula com problema no sistema e o propelente não aqueceu ou esfriou adequadamente, ou tínhamos um motor ruim. Sabemos apenas que ele não está tendo o desempenho que deveria."
Testes feitos antes do lançamento não indicaram problemas no sistema de propulsão. Uma avaliação da Força Aérea deverá ser concluída dentro de três a quatro semanas, disse Madden. Ele não quis comentar se a Lockheed Martin poderá ser multada pelo atraso. "Quando você está no meio de uma crise, a última coisa que faz é especular sobre punições. O que eu quero é a equipe concentrada na recuperação", disse ele.
O programa de satélites, que é conhecido como Advanced-EHF, vai criar uma constelação de satélites capazes de suportar os choques de um eventual ataque nuclear, garantindo as comunicações entre o alto comando do exército e o presidente americano. O programa também permitirá a transmissão de comunicações táticas, como a transmissão de vídeos em tempo real, mapas de campos de batalha e dados sobre alvos.
Quando começar a operar, em 2013, a constelação terá até duas vezes mais links de dados que a atual rede Milstar e poderá transmitir dados com uma velocidade cinco vezes maior, segundo a Lockheed.