Jornal do Brasil
O Exército dos Estados Unidos indiciou o analista de inteligência militar Bradley Manning, de 22 anos, por supostamente vazar material secreto ao site Wikileaks.org, como informou a rede americana CNN. O material inclui um vídeo divulgado em abril que mostra um helicóptero dos EUA matando covardemente vários civis em Bagdá, no Iraque, em 2007. O ataque deixou 12 mortos, incluindo dois funcionários da agência de notícias Reuters.
Manning foi preso em maio deste ano, no Iraque, onde estava baseado, acusado de ser o autor dos vazamentos. Quem o delatou foi o ex-hacker Adrian Lamo, que contou que o analista se gabou de ter entregue o vídeo ao site. A lista de documentos vazados por Manning inclui ainda um relatório confidencial em que o Pentágono classificava o site como "ameaça de segurança" e 260 mil arquivos de órgãos governamentais como o Departamento de Estado americano.
Manning diz que escutava música enquanto "extraía possivelmente o maior vazamento de dados da história americana". O site WikiLeaks diz que, como não filtra a identidade de seus informantes, não pode confirmar se foi Manning o autor dos vazamentos.
Imagens
O vídeo, que dura cerca de 40 minutos, mostra a mira da metralhadora de um helicóptero em ação no dia 12 de julho de 2007, e foi amplamente visto no mundo todo desde que foi divulgado na internet, em 5 de abril. O site wikileaks. org é especializado em divulgar casos de corrupção governamental e empresarial. No áudio que acompanha o vídeo podese ouvir a conversa entre os tripulantes do helicóptero, que supõem que um fotógrafo e um cinegrafistas carregam armas, quando, na verdade, estavam fazendo uma reportagem.
Eles são perseguidos até a morte. Mais tarde, uma van, com civis, incluindo crianças, chega para socorrer as vítimas e também é alvejada barbaramente.
O site relata que "os militares falavam como se estivessem jogando um jogo de computador, e seu desejo fosse obter placares altos" com a morte de oponentes.
Nenhum dos oficias foi punido
Caso na Espanha A Suprema Corte da Espanha reabriu o caso do repórter cinematográfico Jose Couso, que foi morto também por militares americanos quando trabalhava para a emissora de TV Telecinco na cobertura da guerra do Iraque, em 2003. Na época, o Pentágono alegou que as tropas viram foguetes sendo lançados do hotel.