Folha de Boa Vista
As duas pistas de pouso dos Pelotões de Fronteira (PEFs) do Exército Brasileiros, em Surucucu e Auaris, devem ser recuperadas tão logo termine o inverno. As obras de reparação devem ser concluídas em um mês.
Segundo o comandante do 7º Batalhão de Infantaria de Selva (7º BIS), coronel Guerra, em Surucucu a pista mede 1.080 metros. A comunidade indígena está localizada no Município de Alto Alegre, a 330 quilômetros da capital. A viagem dura cerca de 1h10 de voo, dependendo da aeronave.
Já em Auaris, localizada no Município de Amajari, a aproximadamente 420 quilômetros de Boa Vista, cerca de 1h30 de viagem pelo ar, a pista também mede pouco mais de mil metros.
Em Surucucu, por exemplo, a pista possui um desnível de aproximadamente 30 metros de altura de uma cabeceira a outra, além da quantidade de buracos que surgem não só pela ação do tempo como também pelo uso constante. Ambas as comunidades são localizadas em região de serra.
Segundo o coronel, o desnível e as condições da pista exigem uma habilidade muito grande dos pilotos da Força Aérea Brasileira (FAB), que apoiam todas as missões realizadas pelo EB, assim como na remoção de militares e transporte de carga aos pelotões.
O material para a manutenção das pistas, a exemplo de piche, cimento, seixo e maquinário, como tratores, já estão sendo levados para os pelotões. Os materiais serão estocados até o início das obras, previsto para começo do mês de agosto.
As obras são realizadas de acordo com a necessidade e custeadas pela Comissão Regional de Obras (Comara) da Aeronáutica, com sede em Belém (PA), e faz parte do Plano de Aceleração de Crescimento (PAC).
HABILIDADE - A Folha apurou, extraoficialmente, que, em casos como esses, os pilotos devem ser habilitados em pouso curto e quando o militar realiza o voo para localidades a exemplo dos PFs pela primeira vez, ele deve estar acompanhado de outro piloto que já tenha feito a viagem.
Outra informação é que no momento do pouso os pilotos, além da habilidade, devem usar muita potência nos motores para fazer o reverso ou o pouso de máximo esforço.
O reverso é a primeira forma de reduzir a velocidade do avião, através da isenção do fluxo de ar das hélices dos motores, ou seja, mudar a posição delas para inverter o fluxo de ar. A segunda forma é usar os freios da aeronave em atrito com o chão, a exemplo dos veículos normais.
As pistas de Auaris e Surucucu, ainda de acordo com as informações, também são utilizadas por pilotos de Campo Grande (MS) e Manaus (MA), para testes e exercícios.