Para ex-combatentes que participaram de desfile, a Revolução de 32 foi o maior movimento cívico já visto no País
Nataly Costa - O Estado de S.Paulo
Foi a primeira vez em 5 e 2 anos de vida que as netas de Costabile Martucelli não desfilaram em carro aberto no aniversário da Revolução Constitucionalista de 32, no Ibirapuera, zona sul de São Paulo.
O avô, ex-combatente, morreu antes que pudesse comemorar o 9 de Julho. Restou às meninas seguirem no colo da mãe, Renata Martucelli, o desfile que homenageou os mais de 800 soldados mortos na batalha de 78 anos atrás.
Perto delas, o governador Alberto Goldman, a prefeita em exercício de São Paulo, Alda Marco Antônio, e o secretário estadual da Segurança Pública, Antônio Ferreira Pinto, assistiam à solenidade.
Bandeirinhas de São Paulo em punho, 5 mil pessoas participaram da celebração, segundo estimativa da PM.
Enfrentando o sol e o calor de 25°C da manhã de ontem, alguns dos 55 veteranos sobreviventes aplaudiam a passagem das urnas dos colegas. Um deles, o cabo-enfermeiro Jorge Michalany, de 94 anos, recebeu simbolicamente o comando do Exército Constitucionalista . Chorou com a homenagem.
"Tive a honra de participar do único movimento revolucionário do Brasil comparável à Revolução Francesa", afirmou.
Com o paletó cheio de medalhas e de condecorações, o capitão Gino Struffaldi, de 96 anos, disse que o 9 de Julho representa "a memória do maior movimento cívico do Brasil de todos os tempos".
Os veteranos desfilaram para a entrada das Forças Armadas.