Jornal do Brasil
Um estudo feito pelo Congresso americano e divulgado à rede de tevê CNN concluiu que o governo dos Estados Unidos gastou mais de US$ 1 trilhão em guerras desde os ataques terroristas de 11 de Setembro contra Nova York e Washington.
Esse montante deixa os conflitos no Afeganistão e no Iraque, lançados pelo governo de George W. Bush, atrás apenas da Segunda Guerra Mundial, quanto a gastos nos cofres americanos. O estudo compara os gastos em um período de mais de 230 anos, desde a Revolução Americana aos dias de hoje.
A Segunda Guerra Mundial custou o equivalente a US$ 4,1 trilhões, convertidos em dólares atuais (na época, os valores da época indicavam US$ 296 bilhões).
O conflito contra o Eixo (Alemanha, Itália e Japão) consumiu 36% do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA. Os custos das guerras pós 11/9 equivalem a cerca de 10% do PIB americano. Até 2017, o valor total estimado seria em torno de US$ 2,4 trilhões, mais do que o dobro do valor atual.
Crítica tardia
A invasão do Iraque, em 2003, aumentou "substancialmente" o risco de ataques terroristas na Grã-Bretanha, disse a ex-chefe do serviço secreto doméstico britânico, conhecido como MI5, Eliza Manningham-Buller, em depoimento ao inquérito Chilcot, que investiga as decisões tomadas antes e depois do início das operações militares britânicas no Iraque.
– Nosso envolvimento no Iraque radicalizou toda uma geração de jovens, alguns deles britânicos, que viram o conflito no Iraque e Afeganistão como um ataque ao Islã – revelou. – Nós demos a (Osama) Bin Laden a sua Jihad (guerra santa).
Manningham-Buller chefiou o MI5, entre 2002 e 2007. Para Eliza, as informações coletadas antes do início da invasão ao Iraque não seriam "fortes o suficiente" para justificar a ação militar. Um ano antes da guerra, Eliza disse ter alertado membros do governo britânico de que a ameaça representada pelo Iraque seria limitada. Mesmo assim, ela fez parte do comitê que assinou um documento assinalando que o governo iraquiano poderia ativar armas de destruição em massa em 45 minutos.
País vai assumir segurança em 2014
Durante uma conferência em Cabul, que reuniu representantes de 60 países doadores, a comunidade internacional demonstrou apoio à meta do presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, de assumir a segurança do país invadido até o fim de 2014.
Cerca de 140 mil militares internacionais liderados pela Otan, sendo dois terços americanos, estão no país para apoiar as forças afegãs contra os talibãs, que vêm ganhando terreno há quatro anos.
– Sigo decidido a fazer com que nossas forças de segurança nacional sejam responsáveis por todas as operações militares e de segurança no país até 2014 – disse Karzai.
Também ficou decidido que metade da verba da ajuda estrangeira passará pelo orçamento do governo. Desde o início da intervenção militar, apenas 20% dos cerca de US$ 40 bilhões prometidos passaram pelos canais governamentais, freqüentemente acusados de serem tomados pela corrupção.