Brasília – A polêmica política de construção de bases militares norte-americanas
na Colômbia deve ser mantida na gestão do presidente eleito, Juan Manuel Santos. A sinalização é do porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Philip Crowley. Segundo ele, as relações bilaterais entre os Estados Unidos e a Colômbia não sofrerão alterações, de acordo com a transcrição da entrevista coletiva concedida pelo porta-voz, no site do Departamento de Estado."Eu não acho que haverá uma mudança significativa em nosso relacionamento bilateral. Estamos muito satisfeitos com ele [Santos], pois possibilitou uma profunda cooperação entre os Estados Unidos e a Colômbia. Eu vejo que nós teremos uma continuidade", afirmou Crowley, referindo-se ao fato de Santos ter participado de negociações com os norte-americanos no período em que era ministro da Defesa do atual presidente da República.
Eleito no último domingo (20) com quase 69% dos votos, Santos é aliado político do atual presidente colombiano, Álvaro Uribe. Ele venceu o oposicionista Antanas Mockus, do Partido Verde, que obteve 27,5% dos votos válidos.
A construção das bases militares na Colômbia divide a América Latina. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não aprova a medida, assim como os presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, e do Equador, Rafael Correa. Na interpretação de alguns especialistas, a iniciativa seria uma ingerência direta dos Estados Unidos na região.
O porta-voz do Departamento de Estado norte-americano evitou, porém, envolver-se na polêmica. Crowley elogiou Santos e parabenizou-o pela vitória. "Felicitamos Santos, presidente eleito, por sua vitória e aplaudimos o povo e o governo da Colômbia pela realização de eleições presidenciais de forma justa e transparente", disse.
Sem citar os riscos provocados pelas ameaças das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), o porta-voz lembrou apenas que o segundo turno das eleições colombianas transcorreu pacificamente. "Foram eleições pacíficas e transparentes com um debate respeitoso, mas espirituoso, que precedeu a eleição e ilustrou o compromisso de longa data da Colômbia com os princípios democráticos. Estamos ansiosos para trabalhar com o presidente eleito, aprofundar nossa parceria e avançar nos objetivos comuns para o benefício de nossos povos", disse Crowley.