Marcelo Cabral - Brasil Econômico
Iveco venceu contrato para a venda de 2 mil blindados ao Exército por R$ 6 bilhões Se no mar e no ar a concorrência entre franceses e italianos para fornecer equipamento e tecnologia para as forças armadas brasileiras promete ser pesada, em terra a situação é diferente.No início do ano, a Itália dominou o setor com a confirmação de um contrato de R$ 6 bilhões, ao longo de 20 anos, para o fornecimento de cerca de 2 mil blindados de um tipo conhecido como Veículos Blindados para o Transporte de Pessoal Médio Sobre Rodas (VBTP-MR). A vencedora do contrato foi a Iveco, subsidiária para veículos pesados da
montadora Fiat, que irá produzir os blindados em Sete Lagoas (MG). A fabricação dos blindados, que receberam o nome de Guarani, deve começar em dois anos. A produção envolverá 110 fornecedores diretos e até 600 indiretos no Brasil.
O projeto do Guarani é um exemplo de troca de experiência entre os países. Segundo o presidente da Iveco Latin America, Marco Mazzu, cerca de 60% do projeto é brasileiro, enquanto as demais tecnologias vieram da Itália. Omodelo é um veículo de 18 toneladas equipado com motor diesel, seis rodas e capacidade anfíbia, capaz de transportar 11 soldados. O Guarani, que substituirá os tradicionais Urucu e Cascavel, terá mais proteção blindada e mais mobilidade do que seus antecessores.
Apesar de o grupo vencedor do contrato ter sido a Fiat, a Finmeccanica também vê possibilidades de cooperação através da Oto Malara, empresa que produz tanques, blindados e peças de artilharia naval e terrestre. ―A Iveco vai produzir o veículo, mas a Oto Melara pode ajudar na customização do modelo, fabricando as torres dos carros‖, anuncia Gianfranco Pazienza, gerente regional da companhia. Isso porque a compra dos blindados faz parte de um programa de modernização do Exército chamado Combatente Brasileiro (Cobra), que prevê outras 16 variantes. E a maior parte dessas variantes terá torres de diferentes tipos. Para as funções mais leves, a Oto Melara oferece o modelo equipado com canhões de 30 milímetros. Já os usos mais intensivos, como reconhecimento, poderiam ser equipados com canhões de até 90 milímetros.
Com colaboração de Ana Paula Machado