Em resposta ao afundamento da corveta Chenoan, em 26 de março, a Coreia do Sul anunciou a suspensão das transações comerciais com a Coreia do Norte, responsável pelo submarino que torpedeou o navio, um incidente que matou 46 marinheiros. A tensão na península coreana é a mais grave desde a Guerra da Coreia que terminou em 1953. Com a punição, o país do Norte perderá cerca de 15% das suas transações com o exterior.
Além do veto comercial, o presidente sul-coreano Lee Myung-bak proibiu o tráfego de navios nortecoreanos em seu território e alertou que, em caso de uma nova provocação, exercerá seu direito de defesa.
O caso, segundo Seul, também será levado ao Conselho de Segurança da ONU, onde pretende reivindicar novas sanções.
– Eu exorto as autoridades da Coreia do Norte a fazerem o seguinte: pedir desculpas à Coreia do Sul e à comunidade internacional. Punir imediatamente os responsáveis e os envolvidos no incidente – recomendou Lee Myung-bak, em discurso transmitido pela televisão.
Através de um comunicado divulgado pela agência de notícias norte-coreana KCNA, o governo de Kim Jong-il ameaçou usar sua artilharia para destruir cartazes e alto-falantes na fronteira, e se comprometeu a adotar medidas mais enérgicas caso Seul agrave o impasse.
Desde o anúncio do resultado da investigação, realizada por uma comissão internacional, o regime comunista nega qualquer tipo de envolvimento no naufrágio.Segundo o jornal El País, caso uma sanção seja aprovada pela ONU, a situação de Pyongyang ficará tão precária que será forçado a negociar ou a pedir ajuda, ou provocará uma divisão em seu regime.
Repercussão
Hillary Clinton, secretária de Estado dos EUA, classificou a situação criada pela Coreia do Norte como "altamente precária".
A declaração foi realizada em visita à China, principal parceiro comercial norte-coreano que, no passado, relutou em adotar medidas mais duras contra a nação comunista. Em reunião de cúpula em que exerceu claramente uma pressão sobre Pequim, Hillary pediu que o governo chinês coopere com os Estados Unidos na questão.
– Pedimos à Coreia do Norte que cesse este comportamento provocador e cumpra as leis internacionais – acrescentou.
O presidente Barack Obama aplaudiu a decisão de Seul de suspender relações comerciais e deu instruções aos chefes militares na região para que coordenem com o Exército sul-coreano as ações necessárias a fim de "deter uma agressão".
Já o governo de chinês, preferiu repetir o apelo para que haja calma e prudência para lidar com a questão. O incidente deve ser tratado de "maneira justa e objetiva, assim como outros assuntos internacionais", disse Ma Zhaoxu, porta-voz do ministério do Exterior.