SÃO PAULO. O sargento do Exército Laci Marinho de Araújo, que foi preso em 2008 depois de assumir que vivia em união homossexual com outro militar, vai denunciar dez médicos militares ao Conselho Regional de Medicina de São Paulo por tortura psicológica e violações ao Código de Ética Médica.
Laci e seu companheiro, o também sargento Fernando Figueiredo, foram presos horas depois de dar uma entrevista sobre o relacionamento homossexual. Fernando pediu baixa da corporação.
Atualmente, Laci responde em liberdade a um processo por deserção e passa por tratamento depois de ser diagnosticado por médicos particulares como portador de epilepsia, hipertensão arterial e transtorno emocional grave.
Depois de ser preso, Laci foi levado para o Hospital Militar do Cambuci, em São Paulo, onde, segundo Fernando, uma ONG conseguiu que ele fosse examinado por uma junta médica composta por militares e civis. No entanto, horas antes da avaliação da junta, médicos militares deram alta a Laci e o transportaram à força para Brasília. Lá, segundo Fernando, Laci teria sido espancado no caminho entre o hospital militar e o presídio militar. Fernando diz que Laci sofreu tortura psicológica no Hospital Militar do Cambuci, além de ameaças de tortura física.