"Treme tudo aqui quando eles voam perto. Eu já nem tento assistir televisão, o barulho é demais", relata o gerente comercial Joviniano Duarte Ramos, morador da rua Maria Lúcia Passarelli, no limite com a cerca que delimita a área do Aeroporto Internacional de Campo Grande.
O morador conta ainda que os voos chegam a ser feitos até altas horas da noite. "Temo pelos meus filhos. Se esses dias caiu um helicóptero lá no hospital, o que impede de cair em cima da minha casa?", diz o gerente comercial, relembrando o caso do helicóptero 8689 H-1H que caiu no pátio do Hospital Regional em 5 de fevereiro.
Para a professor Lauro Cristiano Guedes, os pilotos poderiam realizar os testes em outros locais. "Aqui moram famílias, que precisaram se acostumar com esse barulho e esses treinamentos. Mas é uma sensação constante de medo. A gente nunca sabe o que pode acontecer".
Residente em uma chácara próxima, a estudante Josileide Valim precisou se acostumar com os voos baixos dos aviões. "Tem dias que dá pra ver os pilotos dentro do avião de tão baixo que eles passam. Minha televisão nem funciona mais por conta disso", fala sobre o barulho.
Os bairros União, Oliveira, São Conrado e Santa Emília localizam-se no entorno da área do Aeroporto Internacional de Campo Grande.