Brasília, 7 abr (
EFE).- O ministro da Defesa, Nelson Jobim, confirmou hoje que a Força Aérea deve recomendar os aviões franceses Rafale ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.Eles participam de uma licitação que conta também com aviões da Suécia e dos Estados Unidos.
O caça-bombardeiro fabricado pela companhia Dassault "é o mais interessante para o Brasil" e o que melhor se adapta às necessidades de defesa do país, declarou Jobim perante a Comissão de Relações Exteriores e Defesa da Câmara dos Deputados.
A Força Aérea, disse, elaborou um relatório que será apresentado a Lula na próxima semana. O documento analisa as características dos Rafale, dos Súper Hornet F/A-18, da americana Boeing, e dos Gripen NG, da sueca Saab, que concorrem na licitação para a compra de 36 caças.
"Se medimos os aspectos técnicos, as três propostas são satisfatórias", indicou o ministro, embora insista que os aviões franceses "se adaptam melhor" ao que o país procura, mesmo entendimento da Força Aérea.
Jobim não revelou números, mas disse que "a proposta final (que a Dassault apresentou) não corresponde a anterior", na qual a empresa francesa tinha falado em um preço 10% menor.
"Chegamos à conclusão de que o preço inicial diminuiu só 1,8% e não os 10% prometidos durante as negociações", apontou o ministro, que disse que esse ponto deverá ser discutido antes que de uma decisão definitiva ser tomada.
Lula receberá o relatório da Força Aérea na próxima semana, mas deve consultar o assunto com os membros do Conselho Nacional de Defesa, integrado por diversos ministérios, embora ainda não tenha decidido quando será convocado.
A decisão, no entanto, não parece reservar muitas surpresas, já que o próprio Lula manifestou em várias oportunidades sua preferência pelos caças franceses.
Inclusive, no dia 7 de setembro do ano passado quando recebeu em Brasília o seu colega francês, Nicolas Sarkozy, e anunciou que ambos os Governos decidiram transformar o Brasil e França em "sócios estratégicos no domínio aeronáutico".
Nesse mesmo dia, o Governo informou sua disposição para "iniciar as negociações" para a compra dos aviões franceses, apesar de esclarecer depois que essa oferta era válida também para a Boeing e a Saab e que a licitação continuava aberta.