Iniciativa é parte do esforço do líder venezuelano para consolidar a lealdade das Forças Armadas a apenas cinco meses das eleições
O presidente Hugo Chávez anunciou ontem um aumento de 40% para todos os integrantes das Forças Armadas venezuelanas. Segundo analistas, o aumento maior que a inflação (de 25%) tem como objetivo consolidar o apoio dos militares ao presidente venezuelano, a apenas cinco meses das eleições legislativas.
O anúncio foi feito no momento em que o governo venezuelano vem sendo criticado por problemas, como os apagões constantes, o aumento da violência e o mau manejo da economia. Chávez explicou, em seu programa de TV semanal Alô, Presidente que o ajuste dos militares será retroativo ao dia 1º de abril e tem como objetivo permitir que eles "possam viver com dignidade".
Em fevereiro de 2009, porém, Chávez iniciou uma campanha para favorecer seus aliados e expurgar seus críticos das Forças Armadas, em uma tentativa de fortalecer o seu controle sobre a instituição.
Raúl Isaías Baduel, ex-chefe do Exército venezuelano e antigo confidente de Chávez, foi detido há um ano por supostamente desviar recursos das Forças Armadas.
Em março do ano passado, Chávez também substituiu o alto escalão do Exército, da Força Aérea e da chamada Milícia Bolivariana, criada, segundo o presidente venezuelano, para afastar a ameaça de invasão dos EUA.
Além disso, de acordo com denúncias de jornais venezuelanos, mais de 800 militares foram destituídos nos últimos anos depois que surgiram dúvidas sobre sua lealdade a Chávez.