BRASÍLIA - O Estadão de S.Paulo
Pressionado por conta das suspeitas de desenvolver um programa nuclear militar e ameaçado de sofrer novas sanções internacionais, o governo iraniano decidiu convocar uma Conferência sobre Desarmamento e Não-Proliferação, entre os dias 17 e 18 de abril em Teerã. Até mesmo para o compreensivo Itamaraty, a iniciativa foi avaliada como uma tentativa do Irã de aglutinar aliados e de se contrapor a duas reuniões multilaterais.
Essa reunião tratará, sobretudo, dos riscos de desvio da tecnologia e de material nuclear para organizações não vinculadas aos governos, especialmente a grupos terroristas.
Em maio, a Conferência de Revisão do Tratado de Não-Proliferação (TNP), nas Nações Unidas, mobilizará as diplomacias dos 189 países signatários entre os dias 3 e 28.
Entre os países envolvidos estará o Irã, possivelmente isolado. Um dos temas da conferência, que se dá a cada cinco anos, será a incoerência do próprio TNP.
O tratado permite ao Irã proteger seu programa nuclear com base no "direito inalienável" de desenvolvimento da tecnologia nuclear com "fins pacíficos" e se omite sobre as armas atômicas de Israel, que não é signatário. / D.C.M.