"O bloco reitera sua firme rejeição deste negócio suspeito, especialmente após informações de que os últimos relatórios técnicos recomendaram a rejeição do negócio", disse uma declaração pelo Bloco de Reforma e Desenvolvimento.
A declaração por escrito não disse por que o negócio era considerado suspeito, e não há comunicação oficial de que o Kuwait estivesse reconsiderando a compra.
Em novembro último, entretanto, alguns parlamentares da oposição tinham afirmado que o contrato proposto estava superinflacionado. Uma equipe técnica do ministério da defesa está avaliando o negócio, mas suas conclusões ainda não foram divulgadas.
"Alertamos o governo contra desperdiçar dinheiro público em negócios suspeitos," disse o porta-voz do bloco, parlamentar Waleed al-Tabtabai.
O agrupamento político compreende quatro parlamentares islâmicos que tem feito campanha contra vários negócios propostos de armas, especialmente o negócio para até 28 aeronaves de combate Rafale. O parlamento do Kuwait tem 50 membros eleitos.
A declaração também disse que, até então, nenhum país do mundo tinha comprado Rafales. Muitos países expressaram interesse no caça de combate multi-tarefa, mas nenhum negócio foi fechado.
Na semana passada, o Ministro da Defesa, Xeque Jaber Mubarak al-Sabah, disse que o negócio dos Rafale permanecia uma prioridade para o Kuwait.
Em novembro, o parlamento do Kuwait votou unanimemente para solicitar ao grupo independente de contabilidade Audit Bureau que investigasse três negócios de armas planejados com os Estados Unidos e a França, que um legislador disse valerem bilhões de dólares.
Os negócios incluem a compra planejada de um número não especificado de aeronaves de transporte Hercules, feitos nos EU, uma fábrica de munições, e os caças Rafale.
Em outubro, o Kuwait e a França assinaram um novo acordo de defesa e discutiram detalhes do negócio dos Rafales.
O Xeque Jaber disse, após conversas em Paris, que o Kuwait teria "orgulho" em ter o jato supersônico Rafale para suas forças armadas em algum tempo futuro.
Disse que tinha dado luz verde para o Rafale, e passado o assunto às equipes técnicas para exame detalhado.
Durante uma visita ao Golfo em fevereiro de 2008, o Presidente francês Nicolas Sarkozy disse que tinham sido iniciadas discussões com o Kuwait para vender entre 14 e 28 Rafales, que são feitos pela Dassault Aviation, da França.