Paraenses requerem a 2ª Esquadra da Marinha

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THIAGO VILARINS
Da Sucursal - O Liberal

Pará, Maranhão, Ceará e Pernambuco estão no páreo para sediar a esperada Segunda Esquadra da Marinha. O estudo da viabilidade técnica de cada um deles, segundo o próprio ministro da Defesa, Nelson Jobim, não tem pressa para serem concluídos. Porém, algum indicativo da escolha deve sair até o final deste semestre.

A informação foi repassada durante audiência no Ministério da Defesa, em Brasília, solicitada pelo senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) e por diversas entidades do Estado, entre elas a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Fiepa (Federação das Indústrias do Estado do Pará), Crea (Conselho Regional de Arquitetura) e o Movimento Pró-Base, formado por representantes da Ilha do Marajó. A governadora do Pará, Ana Julia Carepa, foi representada pelo secretário de Segurança Pública, Geraldo Araújo.

Na audiência, Jobim revelou que existem no Pará, quatro estudos em andamento para implantação da base da Segunda Esquadra da Marinha. Três deles na região do município de Curuçá, nas ilhas dos Guarás, Ipemonga e Mutucal, uma ao lado da outra. As ilhas estão situadas na costa norte do município, a 70 quilômetros de Castanhal, e 140 quilômetros de Belém. Já a quarta região a ser estudada é em Val-de-Cans, onde já existem instalações das Forças Armadas, na capital paraense.
 
Durante a reunião, o ministro Jobim, atendendo pedido do prefeito de Chaves, Benjamin Neto, incluiu o Marajó, mais precisamente o município de Chaves, localizado na costa norte da ilha, entre os locais a serem estudados. Segundo o prefeito do município, que entregou ao Ministério um documento com os argumentos favoráveis à instalação da base no local, as condições técnicas seriam favoráveis para a região. "Estamos situados exatamente na foz do Amazonas e é um local estratégico para a soberania da Amazônia. A presença das Forças Armadas ali seria importante para o País e para os municípios do Marajó", defende Benjamin.
 
Porém, além de comprovar em estudos técnicos a viabilidade da instalação no Pará, os paraenses têm ainda que enfrentar uma disputa com outros três estados. No Ceará, existem duas áreas em análise, Icaraizinho e Aquirás. No Maranhão, Alcântara e Ponta de Espera-Ilha do Meio e no Pernambuco, ilha de Tamandaré, esta última com possibilidade remota, segundo o próprio ministro.
 
Nelson Jobim reforçou, ainda, que "nenhum oficial da Marinha está habilitado a falar sobre este assunto. Quem decide é o presidente da República e o Ministério da Defesa irá sugerir, após estudos técnicos, qual será a área mais viável". Conforme o ministro, critérios políticos não serão levados em consideração. "A escolha do local será estritamente técnica", disse.
 
O senador Flexa Ribeiro, no entanto, comentou que seria relevante se o Ministério da Defesa, por representar o governo federal nessa questão, pudesse levar em consideração as questões sociais.
 
"A região dos municípios de Curuçá e de Chaves, na Ilha do Marajó, possui baixíssimo índice de desenvolvimento humano. A instalação e posterior manutenção de uma base como essa certamente levaria um dinamismo econômico para a região, gerando empregos. Deve ser um fator importante a considerar na escolha, que será sugerida pelo Ministério da Defesa", argumentou.

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