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12 março 2010

Exército enfrenta dengue

Com 2,1 mil notificações, Carangola, na Zona da Mata, recebe apoio de soldados na campanha contra a disseminação do mosquito Aedes Aegypti. Capital faz plantão neste fim de semana

Ricardo Beghini - Estado de Minas

Carangola - O crescimento nos casos de dengue em Carangola, na Zona da Mata, a 339 quilômetros de Belo Horizonte, onde há mais de 2,1 mil notificações da doença, está levando a Secretaria de Saúde local a traçar estratégias, cada vez mais diversificadas, para combater o avanço do Aedes aegypti. Ontem, o município teve o reforço de 25 agentes de saúde, cedidos por cidades vizinhas.
 
Na semana que vem, será a vez do Exército Brasileiro enfrentar o mosquito.
 
"Já temos a autorização do comando em Belo Horizonte", revelou o secretário municipal de Saúde, Amaury Costa. Com o apoio dos militares, a batalha contra a doença ganhará 50 homens. Os soldados, lotados no Tiro-de-Guerra de Carangola, vão se unir aos 59 funcionários da prefeitura que atuam diretamente no enfrentamento do mosquito da dengue, sem contar os servidores da Secretaria de Obras e Urbanismo, que também participam de mutirões de limpeza.

A dengue começou a se alastrar em dezembro na cidade, que tem 32 mil habitantes. O Bairro Triângulo, na região central, é considerado ponto de origem da epidemia. Nos hospitais é possível perceber a grande procura de pacientes com sintomas. A preocupação dos moradores não ocorre somente em função dos números oficiais. O problema é que nem todos os doentes procuram o serviço de saúde, o que pode esconder a dimensão real da doença no município.

"O quadro é estável, mas continua preocupante", disse Amaury Costa. De acordo com ele, a expectativa é de que o mosquito dê uma trégua nos próximos dias, graças ao fator climático. As temperaturas em Carangola, como em toda região Sudeste, caíram, atrapalhando a procriação do Aedes aegypti. "Em janeiro, os termômetros chegaram a 37 graus. Espero que, agora, a situação melhore", assinalou o secretario de saúde.

O mutirão de ontem ocorreu em três frentes. Além da limpeza de calçadas e quintais, houve pulverização de inseticidas por meios de bombas costais e aplicação de larvicidas em moradias vulneráveis. O trabalho começou pelos bairros Santa Maria, Ouro Verde e Amendoeira. Para reforçar as ações foram enviados agentes de saúde das prefeituras de Espera Feliz, Caparaó, Alto Jequitá, Divino, Fervedouro, Tombos, Pedra Dourada e Manhumirim. Eles retornaram no final da tarde às cidades de origem.

A secretaria municipal admite que o número de infectados pode ser bem maior, uma vez que nem todos os moradores com os sintomas procuram o serviço médico. A proprietária do principal laboratório de análises clínicas da cidade, Danielle Andrade, confirma a hipótese. Segundo ela, desde o início de dezembro, cerca de 450 exames com a sorologia específica para o vírus da dengue deram positivo. No entanto, mais de 1 mil clientes procuram o laboratório para realização do hemograma completo, que não é passível de notificação. O exame de sangue, juntamente, com a avaliação médica pode determinar o diagnóstico.

"Às vezes, apenas uma pessoa da família faz a análise. Se der positivo, outros membros não procuram o laboratório para não gastar dinheiro". Danielle estima que entre 20% e 30% da população esteja contaminada. "Toda família de Carangola tem uma pessoa com dengue. O combate aos focos tem que ser o ano inteiro", desabafou a bioquímica.

A dengue está prejudicando empresas e instituições da cidade. Na única agência do Banco do Brasil, quatro dos 15 funcionários ficaram doentes. Outro apresentou sintomas, mas o resultado do exame do bancário ainda não foi divulgado. A bancária Maura Correa Santana, de 43 anos, ficou cinco dias de cama. O filho, de 11 anos, também foi contaminado. "Fiquei cinco dias de cama e não estou bem até hoje", afirmou a Maura, que mora no Bairro Triângulo, responsável pela maioria das notificações. "O pessoal da prefeitura esteve na minha casa quatro vezes, mas não encontraram foco", assinalou.
 
O médico urologista José Ricardo Andrade só retornou ao consultório após sofrer sete dias com o vírus da dengue. "É uma sensação muito desagradável. Tive muita dor no corpo e, no final, erupção cutânea com coceira intensa", assinalou. O médico também acredita que os números oficiais não correspondem à realidade. "Acho que está faltando agente de saúde e educação para a população".

José Ricardo, que também atende pelo SUS, acredita que pelo menos 10 colegas do SUS tenham contraído a dengue. O número representa 20% do quadro de médicos do município.

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