Ministro da Defesa, que está com relatório final da FAB, informa que vai enviar parecer ao presidente Lula. Preferência é pelos aviões franceses
Patrícia Rennó - Estado de Minas
Brasília – O Ministério da Defesa informou ontem que o ministro Nelson Jobim (Defesa) recebeu da Força Aérea Brasileira (FAB) o relatório final com a avaliação técnica dos três concorrentes que disputam a venda de 36 aviões caça ao Brasil. Segundo o ministério, o documento indica que as aeronaves F-18 Super Hornet, da americana Boeing, Gripen NG, da sueca Saab e o Rafale da francesa Dassault, são tecnicamente compatíveis.
O documento chegou às mãos do ministro na quarta-feira. Agora, Jobim deve encaminhar, nos próximos dias, uma exposição de motivos ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva com posição definitiva do Ministério da Defesa sobre os caças. Depois de receber o documento, Lula terá que convocar o Conselho de Defesa Nacional para discutir a compra – embora tenha autonomia para escolher o modelo a ser comprado pelo Brasil.
O ministro da Defesa esteve ontem, em Itajubá, para participar da solenidade de expansão da planta industrial da Helibrás, única fábrica de helicópteros da América Latina, e disse que a definição sobre a compra dos caças deverá sair em pelo menos duas semanas. "Vou produzir um relatório com o presidente Lula, que deve ficar pronto depois da semana santa", alegou. Sobre a visita do rei da Suécia ao Brasil, o ministro afirmou que não há nenhuma ligação, com a possível escolha pelos caças suecos, que também estão na disputa. "Não há uma relação entre uma coisa e a outra", disse. O Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro Juniti Saito, também foi convidado para o evento, também não quis falar sobre o assunto e disse que quem vai definir qual o melhor modelo será o ministro.
Jobim reafirmou, na quinta-feira, que o caça Rafale é favorito na disputa em por causa da transferência de tecnologia. "O que pesa é a transferência de tecnologia e redução da dependência", afirmou Jobim. O caça francês Rafale, fabricado pela Dassault é o favorito do governo brasileiro para o fornecimento de um lote inicial de 36 caças para a FAB.
Embora Lula e o ministro da Defesa já tenham manifestado preferência pelo Rafale, o preço do caça francês tem sido o principal obstáculo para a concretização do negócio, pois, segundo especialistas, ele é o mais caro entre os três finalistas. A norte-americana Boeing, com o F-18 Super Hornet, e a sueca Saab, com o Gripen NG, também estão na disputa para fornecer caças à FAB como parte do chamado programa F-X2. "Os três aviões vão atender bem à Força Aérea, isso eu garanto", disse Saito.
Informações veiculadas recentemente pela imprensa deram conta de que a Aeronáutica tem preferência pelo Gripen NG, que seria o mais barato dos três modelos e o que ofereceria maior participação brasileiro por ser um projeto ainda em desenvolvimento.
Preço A fabricante francesa já havia anunciada que estava disposta a reduzir de US$ 8,2 bilhões (R$ 15,1 bilhões) para US$ 6,2 bilhões (R$ 11,4 bilhões) o preço do pacote de 36 aviões para a FAB. O caça sueco, o Gripen NG, foi o escolhido na avaliação técnica da FAB por ser mais barato – US$ 6 bilhões, além de oferecer transferência de tecnologia e conhecimento maior por ser um projeto em desenvolvimento. O F-18, norte-americano, foi oferecido por US$ 7,7 bilhões (US$ 2 bilhões de manutenção). (Com agências)
Se o que pesa é a transferência de tecnologia e a redução da dependência, o Rafale perde, de novo, para o Gripen. Os suecos pretende produzir aqui o caça e seus componentes, com empresas nacionais, o que os franceses não oferecem. Quanto a dependência, ela seria total caso o Rafale vença, pois os franceses já ganharam os submarinos e o projeto do "soldado do futuro" do Exército brasileiro, os helicópteros e, ainda, devem levar as fragatas FREMM. Quer dizer, Marinha, Exército e Aeronáutica totalmente dependentes dos franceses. Nem mentir o ministro e o presidente sabem.
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