Taleban reage e freia ação da Otan

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Ataque de militantes atrapalha maior operação afegã desde 2001

REUTERS

Contra-ataques de militantes do Taleban conseguiram, ontem, reduzir a velocidade do avanço de tropas da Otan e do Afeganistão sobre a cidade de Marjah, no terceiro dia da maior ofensiva no país desde a invasão de 2001. Forças lideradas pelos EUA tentam reconquistar a cidade, situada na Província de Helmand, sul do Afeganistão, um dos bastiões da insurgência. Ainda ontem, um militar ritânico morreu em uma explosão durante a operação.

Segundo fontes militares dos EUA, militantes taleban resistiam ao ataque respondendo com intensos disparos, além de emboscadas em casas e estradas. Atiradores isolados também freavam a ofensiva, batizada de "Moshtarak" ("Juntos", no dialeto persa-afegão).

Em um dos episódios mais dramáticos, fuzileiros navais americanos tentaram, duas vezes, conquistar a zona comercial de Marjah, mas foram obrigados a recuar sob fogo inimigo. Os militares tiveram de solicitar, às pressas, auxílio de aviões de ataque e helicópteros para conseguirem se retirar do local.

"Há áreas em que os marines encontraram uma dura resistência, mas eles estão progredindo de maneira firme", disse o capitão dos fuzileiros navais Abraham Sipe.

A reconquista de Marjah é tida como o grande teste da nova estratégia afegã do presidente Barack Obama, que no fim do ano passado decidiu enviar mais 30 mil soldados americanos ao país asiático. Para especialistas, o ponto mais delicado das operações é evitar mortes de civis - desastres que minariam o apoio local às forças estrangeiras e ao presidente afegão, Hamid Karzai.
 
No domingo, disparos de foguetes mataram, acidentalmente, 12 afegãos, metade deles crianças.
 
O general David Petraeus, chefe do Comando Central dos EUA e ideólogo da nova estratégia de Obama no Afeganistão, imediatamente pediu desculpas a Karzai e anunciou a suspensão imediata de ataques com foguetes até que o incidente seja investigado.

INCIDENTE

Ontem, em um incidente fora da operação Moshtarak, cinco civis foram mortos em um bombardeio em Kandahar. Eles teriam sido confundidos com militantes.

Desta vez, estrategistas americanos prometem não apenas conquistar o território de forças inimigas, mas também mantê-lo sob comando de Cabul. Policiais e funcionários civis aguardam o fim dos combates para montar um poder funcional na cidade. O objetivo seria demonstrar que forças de Karzai "vieram para ficar".

Militares americanos, porém, já reclamam que os novos procedimentos adotados para evitar mortes de civis estão beneficiando militantes. "Entendo as razões dessas regras, mas é difícil vencer uma guerra assim", disse o soldado Travis Anderson, que afirma ter visto homens jogando armas em valas e se misturando a civis.

Ao todo, 4 militares da aliança e 35 insurgentes morreram nos três dias de luta. Ontem, um soldado britânico morreu ao tentar desativar uma bomba.

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