Canhões NADM330 armam patrulhas do tipo Macaé.
Área Militar
A marinha brasileira adquiriu cinco sistemas do tipo Bofors, armados com canhão de 40mm L/70 para equipar os seus futuros navios de patrulha. Trata-se do sistema conhecido como NADM330 que é fabricado pela ST-Kinetics, uma subsidiária da empresa Singapore Technologies Marine.
O sistema conta com um canhão de 40mm de 70 calibres, é completamente eléctrico. Trata-se de uma das muitas versões deste sistema sueco fabricadas sob licença em variadíssimos países do mundo. A Marinha do Brasil utiliza armamento deste calibre deste a II guerra mundial e modernizou há alguns anos as fragatas da classe Niteroi, continuando a utilizar sistemas baseados na mesma arma.
Esta é a segunda vez que o Brasil compra este tipo de sistemas a Singapura. O preço anunciado, que anda em torno de 4.2 milhões de dólares por unidade, é um dos atractivos que explicará a opção. Os sistemas adquiridos pelo Brasil destinam-se à nova classe de patrulhas da marinha brasileira (classe Macaé), da qual a primeira unidade foi entregue à marinha pelo estaleiro INACE de Fortaleza, no Ceará. Outras unidades estão em construção no Ceará e no Rio de Janeiro.
Os navios da classe Macaé são patrulhas de médias dimensões do tipo francês P400 fabricadas no Brasil sob licença e ligeiramente modificadas. São navios com um deslocamento carregado estimado em 500t contra 454t no modelo francês e pretendem dar à marinha brasileira uma maior capacidade para protecção das águas territoriais e da Zona Económica Exclusiva, ajudando parcialmente a substituir as ainda restantes corvetas da classe Imperial Marinheiro. Também serão utilizadas como complemento dos patrulhas da classe Grajaú, pois têm melhores condições para navegar em mar mais revolto durante um maior numero de dias.
Os navios estão armados para as necessidades típicas de patrulha. Ao contrário do que pode parecer, a arma de 40mm não tem como função atacar navios ou entrar em combate. A marinha considerou a possibilidade de incluir armamento mais ligeiro, mas a principal razão que explica a colocação deste tipo de armamento, está relacionada com a velocidade dos navios.
Os patrulhas de oceano não são navios rápidos e não podem em caso de necessidade perseguir lanchas rápidas que com facilidade podem atingir 40 nós.
Ao dispor de uma arma de 40mm, controlada por radar, um navio patrulha pode intimidar qualquer navio suspeito a uma distância de até 12km.
Uma lancha pode ser mais rápida que um navio patrulha, mas não é mais rápida que a velocidade de um projéctil de 40mm.
Além de um canhão de 40mm que é mais que suficiente para deter os alvos potenciais eles estão ainda armados com canhões ligeiras GAM-B01 de 20mm de calibre.
A empresa / estaleiro de Singapura, conta entre os produtos colocados no mercado, com navios de patrulha ligeiros, navios logísticos e também com uma versão modificada localmente das fragatas Stealth do tipo Lafayette, baptizadas em Singapura como classe «Formidable».
As peças Bofors de 40mm transformaram-se praticamente no armamento standard das marinhas dos países ocidentais. A arma foi desenhada nos anos 30 e tem sido continuamente modernizada, evoluindo com o desenvolvimento das tecnologias. Presentemente já não é a arma mais adequada para defesa contra aeronaves, mas ainda assim continua a ser utilizada como armamento secundário de navios maiores e como armamento principal de patrulhas e corvetas.
De Singapura para a Marinha do Brasil
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