Propostas francesa para carros de combate considerada
Área Militar
As forças armadas da Colômbia contam com uma das mais eficientes, senão a mais eficiente, força de combate na Selva Amazónica. Baseada na experiência de combate contra a organização narco-terrorista FARC e no apoio norte-americano, aquele país conta com um estrutura poderosa, numerosa e suportada por uma aviação equipada para aqueles fins.
Sabendo-se que as forças armadas colombianas estão especialmente preparadas para combates na selva, onde desenvolveram tácticas próprias e especializadas, torna-se também evidente que essa opção das forças colombianas levou a que do ponto de vista dos conflitos convencionais a capacidade militar colombiana seja relativamente reduzida. Recentemente, as constantes ameaças do dirigente venezuelano Hugo Chavez, levaram a que a Colômbia começasse a considerar a necessidade de aumentar a sua capacidade de combate em termos convencionais, especialmente a partir do momento em que, ainda que contando com uma clara superioridade qualitativa em termos de meios, a Venezuela decidiu aumentar o seu numero de carros de combate, adquirindo material de origem russa, a que se junta um considerável numero de viaturas de combate de infantaria.
Assim, nota-se a inferioridade colombiana quando se compara o parque de viaturas blindadas daquele país com o dos seus congéneres vizinhos. A leste, a Venezuela está presentemente equipada com carros de combate AMX-30 de origem francesa, que foram modernizados e como referido acima, estes deverão ser substituídos por carros de combate de origem russa.
A sul, o Equador, país de uma dimensão bastante diferente, também dispõe de viaturas blindadas médias/pesadas de origem soviética que estão em fase de substituição por carros de combate Leopard-1 retirados de serviço no Chile, mas que ainda assim possuem considerável valor militar.
Para opor a esse tipo de forças, a Colômbia não possui viaturas blindadas pesadas e os seus veículos melhor armados são os carros ligeiros do tipo Cascavel, armados com uma peça de 90mm.
A Colômbia conta ainda com viaturas de transporte de pessoa sobre rodas e sobre lagartas do tipo M-113.
Proposta francesa
Depois de as autoridades venezuelanas terem demonstrado alguma preocupação com a desvantagem táctica em que se encontram, naturalmente vários países prepararam propostas para o eventual fornecimento de equipamentos militares.
A França, cuja política externa do actual presidente tem elegido a América do Sul como mercado preferencial para vários dos seus produtos de defesa terá apresentado às autoridades colombianas uma proposta para o fornecimento de uma quantidade de 30 a 40 unidades do carro de combate pesado AMX-56, mais conhecido como tanque Leclerc.
Aquele carro de combate, foi concebido nos anos 80, destinando-se a substituir o carro AMX-30. Trata-se de uma viatura pesada com mais de 50 toneladas de peso quando vazio e armada com um canhão de 120mm de alma lisa, capaz de disparar todo o tipo de munição NATO, bem assim como mísseis anti-tanque.
O plano inicial de produção do Leclerc previa a construção de até 1.000 unidades, numero que foi reduzido para cerca de metade com o fim da guerra fria.
O que mais distingue o carro de combate Leclerc dos outros veículos ocidentais como o Leopard-II alemão, o Abrams americano ou o Challenger britânico, é a utilização de um sistema automático de municiamento, que permite ao Leclerc uma alta cadência de tiro.
O veículo é no entanto considerado complexo e atreito a avarias, resultado da grande dependência da electrónica.
A Colômbia
Várias notícias sobre o eventual interesse colombiano em carros de combate têm circulado na imprensa. De entre os potenciais fornecedores de armamento para a criação de uma unidade pesada de carros de combate do exército colombiano, estão o carro de combate Abrams norte-americano o K-1 da Coreia do Sul, o M-60/Sabra de Israel. Entre outras possibilidades mais remota poderiam estar viaturas como o Arjun da Índia.
Dúvidas quanto à utilidade de forças pesadas na Colômbia
Mas se é verdade que do ponto de vista da guerra convencional a Colômbia aparece numa posição de alguma desvantagem, existem por outro lado no país, analistas militares que consideram que a Colômbia não tem grande utilidade para esse tipo de armamento.
A principal razão por detrás deste raciocínio prende-se com as características do terreno. A Colômbia está defendida a leste por um enorme maciço de montanhas de difícil transposição por qualquer tipo de unidades pesadas. Além disso, nas regiões amazónicas, o numero de estradas é mínimo e tropas pesadas dificilmente poderiam operar naquele terreno.
Mas se a defesa das regiões mais populadas da Colômbia está garantida pela cordilheira andina, sendo que nas regiões da floresta amazónica, poucos exércitos teriam capacidade para o defrontar, resta no extremo norte do país, uma faixa que faz fronteira com a Venezuela, junto à costa do mar das Caraíbas. Ali, as forças colombianas não dispõem de nenhum tipo de força eficaz contra um ataque que utilize viaturas blindadas numa operação conjunta.
No entanto, mesmo nesse aspecto a possibilidade de confronto é aparentemente mínima, dado dificilmente a Venezuela ter capacidade para montar tal tipo de ataque.
Mesmo com viaturas blindadas russas em numero, a Venezuela não tem forças armadas equipadas com a necessária capacidade logística para permitir a operação imensamente complexa de forças pesadas a distâncias muito consideráveis das suas bases.
Por este tipo de razões, as prioridades colombianas deverão ir para já – segundo militares colombianos – para o reforço da arma anti-aérea e da força aérea, onde o problema da especialização na luta anti-terrorista também levou a que a capacidade da força tenha sido relegada para segundo plano.
Rearmamento da Colômbia também interessa à França
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