Relatório favorável à Saab não é definitivo, e decisão deve ser política
Há três posições conflitantes dentro do governo. Uma parcela da Força Aérea Brasileira (em especial técnicos da Copac) prefere o Gripen NG, pelo fato de ele ser o modelo mais barato.
Já o alto comando da Força Aérea Brasileira (FAB) se inclina para o F/A-18, por confiar mais no sistema de manutenção da Boeing. No entanto, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, quer o Rafale porque considera a transferência de tecnologia como fator prioritário — e, nesse sentido, o pacote francês lhe parece melhor.
Na prática, o que há são três maneiras distintas de avaliação, com cada grupo ressaltando o ponto que lhe parece mais conveniente ou adequado. Por isso, tornava-se mais consistente em Brasília ontem a tendência de que a decisão será política, e estará nas mãos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em novembro Jobim já havia antecipado isso: — O que vale é a avaliação final feita pelo presidente da República.
Jobim: transferência de tecnologia é prioridade Por enquanto, e até que o próprio Jobim se manifeste novamente a respeito, continua prevalecendo a informação dada por ele em entrevista na última semana de dezembro. Na ocasião, ele disse que não caberia à FAB indicar o favorito, mas apenas relatar os prós e contras do ponto de vista técnico.
— A Estratégia Nacional de Defesa, que interfere em tudo, transforma a transferência de tecnologia em prioridade.