Setenta e quatro brasileiros se integraram, ontem, à operação de ajuda ao Haiti, envolvendo Brasil e Itália
Zarpou com destino ao Haiti, na tarde de ontem, o porta-aviões italiano Cavour, no qual embarcou uma missão conjunta envolvendo brasileiros e italianos que deverá prestar ajuda humanitária àquele País. O navio chegará à capital Porto Príncipe no próximo dia 2. Em Fortaleza, embarcaram 74 brasileiros, entre civis e militares, um deles o médico cearense Frederico Arnauld.
Ontem pela manhã, o navio atracou no Porto do Mucuripe, já transportando 889 pessoas, incluindo tripulantes, médicos, enfermeiros e paramédicos, além de oficiais do Exército, Aeronáutica e da Polícia italiana, bem como especialistas em engenharia que atuarão na reconstrução da cidade.
O embaixador da Itália no Brasil, Gherardo La Francesca, negou que a intervenção norteamericana nos portos e aeroportos de Porto Príncipe tenha gerado atrasos nas ações humanitárias, como a que está sendo realizada em parceria com o Brasil.
Cavour
O navio italiano possui um hospital emergencial, seis helicópteros, equipe médica e, para essa missão, transporta uma tropa de engenharia do Exército italiano, com capacidade para remoção de escombros e reparos leves em vias, assim como em redes elétricas e hidráulicas.
O hospital flutuante conta com 35 leitos, oito dos quais com Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), além de equipamentos como tomógrafo. Tem capacidade para realizar procedimentos médicos bem mais complexos do que aqueles de hospitais de campanha. "Hoje, creio que estamos assistindo a um momento histórico, em que duas marinhas se unem numa operação humanitária", afirmou o comandante da Marinha da Itália, almirante de esquadra Paolo la Rosa.
Já o comandante da Marinha do Brasil, almirante de esquadra Júlio Soares de Moura Neto, evocou os laços fraternos com o povo italiano para a junção de forças, em vista a socorrer as vítimas da tragédia que se abateu sobre o Haiti.
Além de recursos humanos, o porta-aviões também transporta viaturas pesadas, para transporte de doentes, retirada de escombros e mais de 200 toneladas de alimentos. A ideia é de que os doentes sejam transportados de helicópteros até o navio.
De acordo com o subchefe de operações do Comando de Operações Navais (CON), contraalmirante José Aloysio de Melo Pinto, pelo menos no prazo de um mês, serão prioridades as cirurgias, daí a importância de anestesistas. Após esse período, haverá a rendição do atual efetivo e uma avaliação sobre as necessidades que existirão.