Agora é oficial: o Comando Militar do Sul (CMS) confirmou ontem à tarde que 350 militares de quartéis do Rio Grande do Sul irão para o Haiti, como parte do reforço de 900 homens (mais 400 de reserva) a ser enviado ao arrasado país caribenho. Os 350 sairão, prioritariamente, de Santa Maria – com experiência de uma participação na Minustah, a força de paz das Nações Unidas, em 2007.
Serão duas companhias – cada uma com 150 militares –, acrescidas de alguns reforços (cerca de 20 em cada uma delas) para perfazer o número de 350 pedido pelo Ministério da Defesa, em Brasília.
O grupo partirá em menos de um mês para o Caribe, unindo-se aos 1,2 mil brasileiros já no Hait.
O próximo passo, agora, é a inspeção de saúde dos voluntários da Companhia Mecanizada e da Companhia de Apoio – neste caso, para dar suporte logístico (comunicações, alimentação etc).
Caminhões, jipes e até mesmo blindados Urutu serão enviados junto com os soldados. Com os resultados dos exames médicos em mãos, o CMS fará a seleção final dos nomes e pedirá a emissão dos passaportes especiais para missões militares. Dois sargentos que se submeteram a treinamento em Brasília para os procedimentos burocráticos já retornaram ao Estado e tratarão da parte administrativa da missão.
– Prioritariamente, irão militares de Santa Maria que já estiveram no Haiti. Mas nada impede que peguemos, por exemplo, alguém que já dirigiu Urutu no Haiti e sirva em Santa Catarina. Se Santa Maria não tiver os 350, as vagas podem ser preenchidas por outros militares – diz o coronel Sylvio Cardoso, chefe da Comunicação Social do CMS.
Pelo cronograma do Exército, os militares de Santa Maria terão de ir ao Rio de Janeiro na próxima semana e se apresentar ao Centro de Instrução de Operação de Paz (Ciopaz). Lá, haverá treinamento – na verdade, uma reciclagem, porque a intenção é enviar oficiais e soldados que já estiveram no Haiti. Até a segunda quinzena de fevereiro, todos deverão estar prontos para partir rumo à nação caribenha.
Curso de reciclagem deve levar 15 dias
O Ciopaz é o único local de treinamento no Brasil para esse tipo de missão. O curso de reciclagem deve levar 15 dias. Os militares receberão aulas teóricas sobre legislação da Organização das Nações Unidas (ONU) e normas de conduta. A parte prática será específica, dependendo de cada função. Do total de militares, 750 serão de infantaria e 150 da Polícia do Exército (PE). Neste último caso, o contingente será do Rio de Janeiro.
Os 900 homens não deverão seguir juntos para o Haiti. Em razão da quantidade de efetivos e de equipamentos, as diversas companhias deverão partir em datas diferentes, em fevereiro.