DA ENVIADA A PORTO PRÍNCIPE - Folha de SP
A base militar do Brasil já conta com cerca de 70 haitianos em tratamento. Eles estão instalados em uma área coberta nos fundos e espalhados em colchões no chão. Desde o terremoto, já foram realizados dois partos no local.
Uma mulher começou a sentir dores logo após o terremoto e pediu ajuda na base. Os soldados ajudaram a realizar o parto, que foi feito em um colchão largado no chão. "Às vezes os soldados ficam um pouco aqui para se animar. O moral estava baixo com a morte de alguns companheiros, ajudar no nascimento de uma criança traz alguma alegria", afirmou uma das militares responsáveis pelo atendimento.
O tratamento está sendo oferecido ainda de forma precária em razão da falta de infraestrutura dos hospitais da região. O problema é que alguns casos requerem cirurgia e imobilização, e os hospitais não têm como oferecer.
A ideia é que os casos mais graves sejam transferidos para o hospital de campanha.
Na tarde de ontem, o calor forte contribuía para aumentar o mau cheiro do local. Um bebê de três meses chorava enrolado em uma manta.
Segundo os militares, a criança foi deixada no local porque perdeu a mãe. Militares e pacientes se revezam na alimentação do bebê. (JL)