Marcelo Rech, do Rio de Janeiro - InfoRel
O embaixador do Brasil em Porto Príncipe, Igor Kipman, afirmou nesta segunda-feira no Centro de Instrução Almirante Sylvio de Camargo (CIASC), que o Brasil poderá iniciar a retirada de suas tropas do Haiti em janeiro de 2011.
Kipman participa do o 1º Seminário de Operações de Paz Pró-Defesa, realizado pela Escola de Operações de Paz do Corpo de Fuzileiros Navais no âmbito do projeto "O Brasil em missões de paz: inserção internacional, equipes integradas e ação no Haiti".
De acordo com o diplomata, a posse do novo presidente haitiano está marcada para 7 de fevereiro de 2011 e a própria Minustah pode ser extinta se for esta a vontade do futuro governo.
Na avaliação de Igor Kipman, o Haiti é uma responsabilidade dos países latino-americanos.
"A Minustah é a 8ª missão da ONU no país e pretende ser a última. Para tanto, é preciso que o problema sócio-econômico seja resolvido. Com uma taxa de desemprego de 80%, uma saída precoce das tropas pode representar um retrocesso neste processo", afirmou.
Até 2011, o Brasil pretende formar pelo menos 14 mil policiais. Para tanto, wm 2010 serão ministrados quatro cursos aos integrantes da Polícia Nacional Haitiana (PNH) com o apoio da Polícia Federal.
Para a Conselheira Gilda Motta Santos Neves, chefe da Divisão das Nações Unidas, do ministério das Relações Exteriores, o compromisso da comunidade internacional com o Haiti deve ser de longo prazo.
"Uma missão não pode se eternizar no país, mas também não podemos correr os riscos de uma saída precoce que comprometa as conquistas alcançadas", explicou.
Segundo ela, a tendência é que a vertente militar da Minustah seja reduzida gradualmente com o fortalecimento das instituições locais e o trabalho das agências da ONU no desenvolvimento do Haiti.
De acordo com o Almirante Álvaro Augusto Dias Monteiro, Comandante-Geral do Corpo de Fuzileiros Navais, a decisão sobre a permanência das tropas brasileiras no Haiti é política.
Ele destacou que a presença militar do Brasil no Haiti se dá sob mandato das Nações Unidas e à pedido do governo daquele país.